Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Largo de São Frei Pedro Gonçalves - Por Sérgio Botelho

Segundo classificação feita pelo site Memória João Pessoa, fruto de um projeto de extensão vinculado ao Departamento de Arquitetura da Universidade Federal da Paraíba, o espaço em frente à Igreja de São Frei Pedro Gonçalves (edificada na primeira metade do Século XIX, embora haja citação do templo em documento de 1692), no Centro Histórico de João Pessoa, é o único largo restante na capital paraibana.

Foto: Sergio Botelho

Segundo classificação feita pelo site Memória João Pessoa, fruto de um projeto de extensão vinculado ao Departamento de Arquitetura da Universidade Federal da Paraíba, o espaço em frente à Igreja de São Frei Pedro Gonçalves (edificada na primeira metade do Século XIX, embora haja citação do templo em documento de 1692), no Centro Histórico de João Pessoa, é o único largo restante na capital paraibana.

A igreja passou por um processo de restauração em 2000, quando foram descobertos vestígios de uma construção mais antiga abaixo do prédio atual, como parte das primeiras construções naquele sítio. O santo, que pertenceu à ordem dos dominicanos, é considerado protetor dos navegantes e marinheiros.

Outros largos já existiram no centro da cidade, mas acabaram virando praças. (Enquanto o largo permanece como consequência de um natural desenvolvimento orgânico, as praças obedecem a um planejamento urbano mais rigoroso a definir seus equipamentos e funções).

No Largo de São Frei Pedro Gonçalves há vários prédios tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Geográfico da Paraíba (Iphaep), a exemplo do famoso Hotel Globo, da própria igreja, além dos imóveis de números 2, 10, 16, 36, 48 e 75. A sede pessoense do Instituto dos Arquitetos do Brasil funciona no local, como também o Museu de Esculturas Jurandir Maciel e um movimentado bar-restaurante.

Duas tradicionais festas católicas têm como referência o Largo da Igreja de São Frei Pedro Gonçalves, como são exemplos a de Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro, com grande participação dos ribeirinhos do Sanhauá (uma tradição que sobrevive), e a Festa de Santo Antônio, em junho, que existiu ao menos até a década de 1950, com prestigiada programação religiosa e profana.

Havia missa cantada, retreta e uma atraente parte cultural, com apresentação de orquestras e corais da cidade. Mais antigamente, a ladeira que liga o largo às ruas João Suassuna e Sanhauá sediava pequenas indústrias, inclusive fábricas familiares de produtos do fumo, a exemplo de cigarros e charutos. O Largo de São Frei Pedro Gonçalves é muito pessoense das antigas. E bote antiguidade nisso!

(As fotos, minhas, são da Igreja de São Frei Pedro Gonçalves, do Hotel Globo, do casario e do Museu de Esculturas)

Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba