Investigação sobre grampos na Assembleia Legislativa vai se estender a mais gabinetes

A notícia do grampo telefônico no gabinete do presidente Ricardo Marcelo (PSDB) deixou os deputados na Assembleia Legislativa ao mesmo tempo revoltados e apreensivos, e alguns chegaram a declarar que iriam pedir varredura, também, em seus gabinetes, como os deputados Raniery Paulino (PMDB), Lindolfo Pires (DEM), André Gadelha (PMDB) e muitos outros.

“Com certeza alguém tem interesse em descobrir o que o presidente está falando. É lamentável e vergonhoso que isso esteja acontecendo com esta Casa, e não vou medir esforços para que isso seja apurado”, disse André Gadelha, afirmando que há mecanismos para descobrir quem instalou a escuta. “Existem câmeras filmadoras pela Casa, ver quem tem acesso ao gabinete do presidente, tomar depoimentos, ouvir os seguranças da Casa”, orientou Gadelha.

O deputado Lindolfo Pires disse que vai pedir informações à Mesa Diretora e à Presidência sobre as condições em que o grampo foi encontrado, para cobrar a investigação, e também solicitará uma varredura em seu gabinete.

Ele disse que esse tipo de ilegalidade atinge a Casa como um todo, pois prejudica todos os deputados. Mas ele lembrou que esta não é a primeira vez que esse tipo de espionagem ocorre na Assembleia. “Houve um grampo aqui, inclusive, quando o deputado Arthur era presidente da Assembleia”, recordou.

O ofício à Polícia Federal foi encaminhado pelo advogado Abelardo Jurema Neto. Segundo ele, “de acordo com o laudo que foi apresentado, ficou comprovado que havia a intenção deliberada de escutar e amplificar, de forma ilegal, as conversas que eram mantidas no gabinete da presidência do Poder Legislativo paraibano. É um fato muito grave e que merece ser apurado em toda sua extensão”, declarou.

Ex-presidente já havia feito denúncia

Em julho de 2009, o então presidente da Assembleia, Arthur Cunha Lima, à época no PSDB, denunciou que seus telefones estavam grampeados e escutas ilegais estariam sendo realizadas.

A suspeita de Arthur ocorreu depois do vazamento de informações de uma conversa que manteve com o primeiro-secretário da Mesa, deputado Lindolfo Pires (DEM), sobre temas relacionados à administração do Poder Legislativo.

Da mesma forma, Arthur determinou a realização de uma varredura, que constatou o monitoramento das ligações por celular. Na época, o então prefeito de João Pessoa Ricardo Coutinho (PSB) também declarou desconfiar de grampos em seu telefone, e atribuiu o problema a suposta “sabotagem política”.

Na ocasião, Ricardo Coutinho marcara uma visita ao ex-governador Ronaldo Cunha Lima e acabou sendo filmado ao sair do edifício onde reside o tucano.

Do Blog com Paraíba 1