Opinião

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: Os saudosos Jogos da Primavera - Por Sérgio Botelho

Houve um período em João Pessoa, entre os anos de 1967 até o início da década de 1980, em que ocorreram os nunca esquecidos Jogos da Primavera.

Foto: Internet

Houve um período em João Pessoa, entre os anos de 1967 até o início da década de 1980, em que ocorreram os nunca esquecidos Jogos da Primavera.

Normalmente, o evento acontecia no mês de setembro, segundo lembra o Professor União, atleta, técnico, dirigente, árbitro e homem de imprensa do setor esportivo, quer dizer, um observador privilegiado de tudo o que é ângulo da vida esportiva pessoense, da década de 1960 até os dias que correm.

A ideia dos jogos é atribuída ao então diretor de Esportes do Clube Astrea, José Geraldo Alves de Azevedo, ou simplesmente Zé Geraldo ou Zé Bronquinha (tinha fama de durão no serviço), um cearense nascido em Itapipoca que se casou em João Pessoa, virou funcionário do Banco do Brasil local, comandou, afora o setor de Esportes do Astrea, o Sindicato dos Bancários e a FPDA, foi diretor do Botafogo, interventor na Federação Paraibana de Voleibol, e adotou, de corpo e alma, a capital paraibana como sua terra natal.

Segundo ampla matéria publicada na edição de A União de 12 de setembro de 2021, dedicada à memória do desportista, deu trabalho, mas ele conseguiu convencer o presidente do Astrea, José Américo de Almeida Filho (que acabou dando nome ao primeiro troféu geral dos jogos, ganho em definitivo pelo IPEP, por haver sido campeão geral por três anos consecutivos), e os principais dirigentes de colégios de João Pessoa sobre a viabilidade dos Jogos da Primavera, que, dessa forma, ficou sendo até o fim uma promoção do famoso clube de Tambiá.

Nos Jogos da Primavera havia disputa para tudo, certamente o segredo do sucesso. A peleja começava uma semana antes do início das disputas em piscinas, estádios, pistas e quadras, quando da escolha da Rainha. A antecipação tinha sentido, uma vez que o colégio ao qual a rainha pertencesse era o que abria o desfile, outro ponto alto do evento. Volto a dizer: tudo somava pontos, inclusive o desfile, para a definição, afinal, do colégio campeão dos jogos.

Pelo brilho com que se apresentavam os educandários participantes, o desfile somente tinha comparação com os de Sete de Setembro, em brilhantismo e participação popular. Tudo na cidade acabava sendo influenciado pelos jogos, incluindo a vida econômica local, com o aquecimento da venda de materiais esportivos pelas casas de comércio especializadas.

Apontadora de súmulas, a partir de escolha de Zé Geraldo, além de destacada atleta do vôlei paraibano, Vera Lucena lembra com saudade do idealizador dos Jogos da Primavera, de acordo com entrevista concedida ao jornalista Paulo Sérgio, que assina a matéria já referida de A União: “se não fosse o trabalho incansável de Zé Geraldo, as dificuldades teriam inviabilizado o sucesso dos jogos”. Foi da maior importância para o esporte local, e o da própria Paraíba, a existência dos Jogos da Primavera.

(A foto, um tanto prejudicada pelo tempo, é de A União, retratando o desfile de abertura dos Jogos da Primavera, em 1981, realizado no próprio Ginásio do Astrea)

Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba