Marcos Tavares
O ministro Joaquim Barbosa está se especializando em gerar crises entre os poderes dessa República. Alçado pela mídia e pela vontade popular ao cargo de justiceiro mor dessa República, ele brande sua espada contra tudo e todos, gerando crises após crises; um fogo que alguém tem de apagar. Nada contra a postura do ministro, presidente da mais alta Corte nacional, mas seu mau humor, sua ironia e seus destemperos ficam um pouco mais visíveis e incômodos na função que ele exerce. Espera-se de um magistrado serenidade, mesmo em coisas comezinhas.
Barbosa atiça seu mau humor crônico com dores lancinantes nas costas que o deixam ainda mais cáustico e inconversável. Ele já foi rude com jornalistas, com seus pares, com membros de outras Cortes e poderes e está criando em torno de si uma aura de intratável que em nada ajuda sua função. Presidir o julgamento do mensalão foi um momento histórico, mas ele não fez mais que sua obrigação como magistrado e operador da Lei, nada que o coloque num patamar assim tão elevado.
O Brasil gosta e vibra com esses expoentes que surgem espaçadamente e que englobam nossa indignação e revolta contra coisas que não podemos lutar, mas existe um fosso largo entre seriedade e o simples mau humor. Enquanto a primeira é fundamental na vida pública, a segunda é totalmente dispensável, pois se pode ser sério, aplicar a Lei e manter a cortesia devida às pessoas, aos cargos e os poderes, pois no grito não se resolve nem pênalti.
A força
Finalmente o governo desmontou seu próprio discurso de que reinava completa paz na Paraíba e os índices de crimes – de todos os tipos – diminuíam a cada mês.
A solicitação da Força Nacional ao Ministério da Justiça foi o atestado de que o governo sozinho não podia mais combater a criminalidade na Paraíba que cresceu assustadoramente e não dava sinais de cair.
Juntem-se a isso centenas de processos mofando nas delegacias por falta de pessoal ou de qualificação para tocá-los. Seja como for, esperamos que esse providencial reforço melhorem as condições de segurança do Estado que beiravam a catástrofe.
Esverdeou
Parece agora que Agra também não vai para o PV, depois de já ter sido insinuado para dezenas de legendas.
O problema de Agra é que ele quer chegar ao partido como general, com vaga na majoritária garantida, e partido nenhum aceita isso, a não ser com a absoluta certeza da vitória, o que não é bem o caso.
Vamos ver para onde pende Agra agora, uma metamorfose ambulante, um navio à procura de um calmo porto político onde ancorar suas ambições.
Vamos dar tempo ao tempo.
Recorrente
É raro o mês em que a sede do Incra não é invadida, fruto de uma política permissiva do governo que patrocina a baderna do MST.
Deveriam construir logo um alojamento para os invasores.
Chegada
Duas más notícias de uma só lapada.
Chegam à Paraíba o oxi – mais feroz que o crack – e a nova dengue tipo 4. Ambos matam.
Imprensa
Liberdade de imprensa é como virgindade, não existe pela metade. Ou se pode divulgar tudo – mesmo com o sagrado direito à contestação – ou não se divulga nada.
Que é o caminho adotado pelos regimes totalitários.
Calamitoso
Vem por aí um novo cartão. É o cartão Calamidade que vai ser dado a prefeitos em municípios castigados pela seca.
Vamos esperar que esses gestores não façam uma calamidade com o cartão e passem os pés pelas mãos.
Baleado
Vejo nos jornais a pretensão de um trem bala para Santa Rita.
Bala já tem muita por lá. Fica faltando apenas o trem.
Versões
Cada dia uma nova versão sobre o rumo político do senador Cássio Cunha Lima.
Esse é um segredo que somente o tempo decifrará.
Frases…
Cardápio – Canibalismo era programa de índio.
Errando – Se você é o único certo, adira ao erro.
Embriagante – Vaidade é como o álcool. Demais embriaga.