A professora Êmy Virgínia Oliveira da Costa foi demitida do Instituto Federal do Ceará (IFCE), e alegou que a demissão aconteceu por perseguição e transfobia. Ele é a primeira professora trans da instituição, e dava aula no curso de Letras desde 2016.
Em nota, o Instituto Federal disse que a demissão aconteceu pelo fato de a professora ter se ausentado por 78 dias, intercalados, da instituição de ensino. Ainda, afirmou que o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) aconteceu dentro da legalidade, dando o direito ao contraditório e à ampla defesa, sempre respeitando os prazos.
O processo iniciou em 2019, quando Êmy foi aprovada em um doutorado no Uruguai. As aulas no doutorado aconteciam de maneira intensiva, em turno integral, durante períodos de 20 a 25 dias. Eram nessas ocasiões que a professora se ausentava e não dava aulas no campus de Tianguá do IFCE.
Em sua defesa, a professora disse que adiantava e/ou remarcava as aulas, para garantir que os alunos não perdessem nenhum dia letivo. A denúncia pelas ausências da professora foi feita anonimamente.
Êmy disse que não conseguiu pedir um afastamento definitivo para cursar o doutorado porque estava em um processo de transferência de campus, entre Tianguá e Baturité, e só poderia sair da unidade depois que chegasse um substituto para ela.
A professora também acredita que sua demissão foi causada por transfobia: “Eu vejo tudo isso como uma vontade de perseguir, de excluir. Eu sou a única pessoa trans no Instituto Federal. É transfobia disfarçada, com luvas brancas”, falou.
O Sindicato dos Servidores do IFCE repudiou a decisão da reitoria da instituição e anunciou que acionou sua assessoria jurídica para buscar a anulação da decisão.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba