Polêmica

FAKE NEWS: Extrema-Direita compartilha vídeo falso do Padre Júlio Lancelotti em supostos momentos íntimos

Nos últimos dias, o mesmo grupo político que colaborou com toneladas de fake news que culminaram em eventos como o 8 de janeiro (em que muitas pessoas foram e continuam sendo manipuladas por mensagens fraudulentas) começaram a espalhar uma acusação gravíssima contra o padre Júlio Lancelotti.

Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil 247

Nos últimos dias, o mesmo grupo político que colaborou com toneladas de fake news que culminaram em eventos como o 8 de janeiro (em que muitas pessoas foram e continuam sendo manipuladas por mensagens fraudulentas) começaram a espalhar uma acusação gravíssima contra o padre Júlio Lancelotti.

A história carrega um contexto: nesta semana, vereadores de São Paulo assinaram um documento que garantem a abertura de uma CPI contra ONGs que atuam na região da chamada Cracolândia. Entre os investigados estaria o padre Júlio Lancelotti, conhecido por ações de caridade e por levantar bandeiras a favor de pessoas em situação de rua.

A abertura da CPI gerou muita reação da opinião pública, de políticos e até de representantes do Supremo Tribunal Federal. Neste sentido, algumas das pessoas que pediam a abertura da CPI recuaram enquanto outras resolveram dobrar a aposta.

A partir daí, um suposto vídeo em que o padre Júlio Lancelotti estaria conversando em chamadas de vídeo com adolescentes e nu está circulando junto com a prova de que ele seria, na realidade, um pedófilo.

As imagens estão em baixíssima resolução (algo incomum visto que chamadas de vídeo podem ser capturadas com uma resolução boa) e há prints de supostas conversas e um número de telefone atribuído a ele.

Quais elementos do vídeo que apontam para uma fake news?
Para começar, as fontes da informação. Casos como este, que configurariam crimes, deveriam ter como fontes primárias inquéritos na polícia ou processos na Justiça. Porém (e assim como em tanto outros casos na internet), o vídeo nasceu de posts virais em redes sociais (em casos que vimos compartilhados por perfis que já são espalhadores de fake news) ou mensagens anônimas em redes sociais.

Não bastasse isso, falta algo importante na história: quem são as “crianças e adolescentes” que estão fazendo a acusação. Assim como já falamos, um caso como este (se real e comprovado) já estaria na polícia e na Justiça. Novamente, reiteramos que a história só consta nas redes sociais.

Falando do vídeo em si: para começar, ele tem uma baixíssima resolução. Em tempos de captura de telas em alta resolução e filmagens em HD, FHD, 4K e 8K, é muito estranho um vídeo vazar desta forma. Porém, há um motivo: com a imagem em baixa resolução é muito mais difícil fazer a checagem da identidade. Neste cenária, qualquer pessoa com pouco cabelo, de óculos e idade pode ser apontada como ele.

Há, ainda, um último ponto: o vídeo é cheio de edições e cortes e músicas etc. Não seria difícil inferir que a imagem do rosto do senhor que aparece nas imagens tenha sido editada.

Fonte: Boatos.Org
Créditos: Polêmica Paraíba