Sob nova direção da Nova Paraíba de Ricardo Coutinho, o Detran não apenas deixou de enviar pelos Correios os boletos de relicenciamento de carro para a casa dos proprietários como, também, teria bloqueado o pagamento de suas taxas nas casas lotéricas. Ou seja, se pode dificultar, por que facilitar, não é mesmo?
Não deu tempo conferir a versão do Detran para essa informação, ontem, mas devo buscá-la ainda hoje e trarei amanhã o que disserem. Se me atenderem, lógico. De qualquer modo, não tenho dúvida quanto à procedência da novidade. A fonte que me abasteceu com mais essa má notícia é da mais alta fidedignidade.
E depois do que ela me falou fiquei pensando: “Será que Sua Excelência deflagrou algum processo de retaliação contra os lotéricos paraibanos? Por que será, hem? Qual crime de lesa-Majestade esse pessoal cometeu? Se os lotéricos vão perder essa freguesia, alguém vai ganhar, certo? Quem será, quem será?… Quem mais vai se dar bem com essa proibição? Será que a Operação Oban tabajarina grampeou alguma conversa dos lotéricos conspirando contra a Nova Hegemonia?”
De uma coisa é certa: as filas vão dobrar em algum banco e… Sei não, mas diante de fatos como esse só me resta evocar o Barão de Itararé para reconhecer a incrível a capacidade que esse governo tem de piorar o que já é ruim.
Crise? Que crise?
Fiquei impressionado ao ouvir ontem pela manhã no ‘Paraíba Agora’, apresentado por Marcelo José e Lenilson Guedes na Paraíba FM, entrevista que o repórter Sales Fernandes fez anteontem com o governador Ricardo Coutinho.
Por ocasião de visita às obras do binário de Bayeux, ao ser indagado sobre a “crise na saúde”, o Doutor Ricardo disse com todas as letras que não percebe crise alguma nem existe crise na saúde pública no Estado.
Segundo Sua Excelência, a crise limitou-se aos problemas ocorridos nos últimos dias no Hospital de Trauma de João Pessoa, onde médicos efetivos e contratados paralisaram atividades porque tiveram remuneração diminuída pelo atual governo.
Pois é, se o homem não enxerga a crise, imagine se vai dar importância a um episódio banal como esse em que um motociclista acidentado morreu no dia 30 de maio último na porta do Trauma, por falta de atendimento.
A perda de uma vida humana – e não foi apenas essa causada pela precariedade dos serviços públicos de saúde sob responsabilidade do Estado – não serviria, sequer, sob a lógica e ótica do governante, para ao menos sinalizar ou simbolizar uma crise.
Deve ser porque crise e mortes são problemas do mundo real onde vive (?) – e tenta escapar – o comum dos mortais. No Planeta Girassol tem disso não. Aliás, problemas seriam coisa de outro mundo. O nosso, claro.
Novo colaborador
Ubaldo, personagem do saudoso Henfil que tinha como característica o medo paranóico de ser pego por qualquer coisinha que dissesse contra a ditadura, baixou ontem à noite na minha caixa postal. E baixou para dizer o que diz após os asteriscos.
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Amigo Nóbrega, cuidado com o que vai publicar, pois, por força de pressão familiar, não poderei mais me identificar, nem com pseudônimos. Uma pena! Mas a provocação é tamanha, que não consigo me conter. Assim, vamos lá.
1º. Herr Guenerrall está exultante, pois acha que alcançou a sua maturidade política: Publicou o seu primeiro Ato Institucional, o seu AI 1! Não solta a biografia autorizada de Golberi. A população que se cuide. Ele projeta o seu AI 5 (cruzes!) para o dia 13 de dezembro próximo.
2º. A situação da Paraíba está ficando tão difícil que o arcebispo está solicitando à Secretaria de Saúde caminhonetes fumacê para aspergir incenso por nossas ruas.
3º. As hienas estão em festa. Caiu o Rei Leão. Que, com todos os defeitos, é muito melhor que todos os políticos dos demos e tucanos juntos. Mas, não há mal que não traga um bem: valeu a pena o seu sacrifício, para revelar uma linda gatinha, como a nova ministra.
Um abraço, do amigo Ubaldo.
Absurdo no BB
Peço a atenção do Senhor Superintendente (ou cargo equivalente) do Banco do Brasil na Paraíba. Seguinte.
Na agência Bessa, Capital, onde são pagos benefícios liberados pela Previdência Social como auxílio-doença, os beneficiários com dificuldade de locomoção são penalizados porque a bateria de caixas fica em pavimento superior, no primeiro andar. Como se fosse pouco, uma vez impossibilitada de subir escada, a pessoa que precisa receber auxílio tem que se valer de alguém que a acompanhe e faça mil súplicas à gerência local para que um caixa lá de cima desça até o térreo e pague o benefício.
A gerente até concorda e orienta o acompanhante a subir e dizer ao caixa que pode descer, mas o caixa, diante da longa fila formada diante dele, argumenta com certa razão que se abandonar o posto e descer para atender um corre o risco de ser linchado pelos demais que já impacientes aguardam a vez.
Nesse momento, instala-se o impasse. Inclusive porque haveria ordem do INSS para somente pagar o benefício na presença do beneficiário. Nem procuração resolveria, nesses casos.
E olha que esse problema vem de longe e até hoje o BB não teria se dado conta de que precisa transferir aquele serviço para outra agência ou, então, reservar um conjunto de caixas especiais em ambiente adequado, com acessibilidade e mobilidade facilitadas ao extremo para quem precisa. Ao rés do chão, lógico.
Águas profundas
Não é somente porto, não. Como bem mostrou o meu amigo Dal, Pernambuco deve ganhar em breve todo “um novo complexo logístico, integrado com porto, rodovia e um aeroporto de cargas na Ilha de Itapessoca, no Litoral Norte do Estado, próximo a praia de Ponta de Pedras, em Goiana”, conforme noticiou anteontem o Jornal do Commércio, de Recife.
E a gente aqui na Paraíba, ó!…