As luzes de Natal podem despertar sentimentos mistos para algumas pessoas. O período de final de ano pode trazer ansiedade e estresse ao tentar alcançar metas, reencontrar familiares e iniciar um novo ano. Essa combinação de emoções nem sempre positivas, que se intensifica agora nas vésperas do Natal e Ano Novo, é conhecida popularmente como “dezembrite”.
A “dezembrite” é um conceito que não existe na psicologia, na psiquiatria ou na psicanálise, mas os sentimentos e sintomas associados a essa “síndrome do fim de ano” são reais.
Para quem tem quadros de saúde mental, os sintomas dessas doenças pré-existentes podem ser agravados neste ciclo de fim de ano. E, mesmo quem não tem questões como depressão, transtornos de ansiedade e afins pode se sentir afetado.
“A mudança de ano é sentida de forma muito aguda por toda a sociedade, uma vez que há uma celebração comunitária”, explica o psicanalista Érico Andrade.
Os sentimentos associados à síndrome de fim de ano são muito semelhantes aos de pessoas que vivem no hemisfério norte e relatam ter a “depressão de inverno”. Nesse caso, esse sentimento é chamado de transtorno afetivo sazonal, pois está relacionado à mudança de estação.
Quando o inverno começa a se aproximar, muitas pessoas ficam mais inquietas, com medo do que vai acontecer, temendo o estado de isolamento e as dificuldades que vêm com o frio. A síndrome de final de ano é uma reação parecida. Os sentimentos de ansiedade, de tristeza e melancolia podem aparecer.
O que desencadeia o problema?
Há várias razões que ajudam a explicar por que as pessoas ficam mais melancólicas nesse período. Primeiro, é um momento de transição, marcando o encerramento de um ciclo, o que provoca angústia e um estado genérico de temor pelas mudanças que virão com o início do novo ano. “Esta é uma data em que muitas pessoas tomam decisões. Pode envolver mudança de emprego, separação de casal, mudança de casa, de cidade. É um conjunto de circunstâncias”, explica o psicanalista.
O segundo ponto é que, especialmente no Natal, as pessoas geralmente participam de celebrações que envolvem reuniões familiares, com amigos e colegas de trabalho. Este período é compreendido por muitos como um momento de renovação, reencontro e festividades, mas pode trazer à tona possíveis conflitos dentro da própria família que podem não estar bem resolvidos.
Fonte: Polêmica Paraíba com informação de G1*
Créditos: Polêmica Paraíba