Na Paraíba de hoje, na nossa Paraíba de repressão aos movimentos reivindicatórios e de intolerância às aos reclames dos movimentos sociais organizados, não me causa espanto essa coisa de “grampo”, instalado no Gabinete do Presidente da Assembléia Legislativa.
Ora, quem teria interesse em saber o que se passa nos bastidores da presidência do poder legislativo? A quem Ricardo Marcelo andou desapontando? Quem estaria desgostoso com ele? Quem estaria preparando uma espécie de armadilha para Ricardo Marcelo? Que tipo de sabotagem estariam tramando contra ele?
Essas primeiras indagações são necessárias para termos uma pista da origem da armação, do plano, da trama. Agora, existem outras perguntas que carecem de respostas.
Como alguém conseguiu instalar os mecanismos de escuta? Lá, no gabinete, foram detectados “grampos” telefônicos e ambientais, ou seja, a “arapongagem” foi feita através de um telefone e de um microfone. Vamos continuar perguntando: quem implantou todo o sistema sem ser notado pela assessoria da presidência? Já que no horário de expediente, a movimentação de pessoas seria uma barreira para a trama, o “grampo” teria sido colocado no período noturno? E a vigilância que atua na Assembléia Legislativa, não viu nada, nenhuma movimentação suspeita? Ninguém foi visto em atitudes suspeitas em nenhum momento? Se estavam bisbilhotando o gabinete do presidente, quem duvida que outros deputados também não estariam tendo telefones e ambientes de trabalho vigiados?
O mais grave nesta história é que ninguém está imune a esse tipo de araponga. Pessoas, políticos e personalidades, sem que percebam, podem estar sendo vigiadas, conversas podem estar sendo gravadas, interceptadas, e que, na hora e momento certos, serão usados para a prática de extorsão política e todo tipo de ameaças, visando interesses sombrios.
E vou mais além. Além de políticos, agora, levanta-se a suspeita de que outras figuras, incluindo-se empresários, profissionais liberais e jornalistas, seriam alvos diretos dessa trama com finalidades que podem ferir gravemente todos os limites da ética.