Mais antigo e tradicional cemitério de João Pessoa, o Senhor da Boa Sentença fica localizado no bairro do Varadouro. Tombado, em sua parte mais histórica, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, nele estão sepultados os corpos de alguns ex-governadores, entre os quais os de Antenor Navarro, Rui Carneiro, João Agripino, Antônio Mariz e Tarcísio Burity, e de muita outra gente ilustre que nasceu ou apenas viveu na capital paraibana. Também há túmulos que são objeto de romaria, como o da menina Maria de Lourdes e do Padre José Coutinho. Padre Zé foi um sacerdote que dedicou sua vida ao atendimento dos pobres, em João Pessoa, esmolando pelas ruas da cidade. Maria de Lourdes, uma criança obrigada a trabalhar, por necessidade, em casa de gente rica e impiedosa que a acusou de roubo, sendo, na sequência, assassinada, em sessões de tortura, pela indigitada Polícia Mirim que atuava na capital paraibana na década de 1960.
Uma história terrível! Antes da construção de cemitérios públicos, os corpos das pessoas mais influentes eram sepultados no interior das igrejas. Os da gente comum, na parte externa, com destaque para o cemitério da Santa Casa de Misericórdia, no espaço entre a Duque de Caxias, a Miguel Couto e o atual Ponto de Cem Reis, tendo como símbolo religioso maior a Igreja da Misericórdia, ainda hoje de pé. A partir de 1855, sendo extinto o cemitério anexo ao templo católico, o Boa Sentença passou a ser administrado pela Santa Casa, permanecendo assim até a década de 1930.
Segundo informações veiculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o principal cemitério de João Pessoa possui em seu interior árvores exóticas como Olho de Pombo e Cássia Brasil, inclusive espécimes trazidos da Austrália. Dados oficiais indicam que o Boa Sentença está localizado numa área de 56 mil metros quadrados, com 15 quadras e mais de 7 mil túmulos. Para completar, havia no Passeio Público, que também já se chamou Largo do Comendador Felizardo, Praça Felizardo Toscano e atualmente atende pelo nome de Praça João Pessoa, um gradil de ferro que lhe servia de cerca.
Pois é o mesmo que hoje adorna parte do Cemitério Senhor da Boa Sentença, com destaque para a sua frente. Por enquanto, é só. Mas amanhã tem mais histórias, das quais a capital paraibana é muito rica!
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Sérgio Botelho