Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Foto Condor, de Ariel e Arion - Por Sérgio Botelho

Não tinha quem não parasse para olhar aquelas imagens bizarras expostas do lado de fora da empresa particular de fotografia de Ariel (já falecido) e Arion, pai e filho, respectivamente (com nome de fantasia de Foto Condor). Tanto podia ser um inhame disforme e gigante quanto um porco que teria nascido com cara de gente.

Foto: Internet

Não tinha quem não parasse para olhar aquelas imagens bizarras expostas do lado de fora da empresa particular de fotografia de Ariel (já falecido) e Arion, pai e filho, respectivamente (com nome de fantasia de Foto Condor). Tanto podia ser um inhame disforme e gigante quanto um porco que teria nascido com cara de gente.

Arion, pessoense, que trabalhou para O Norte e Correio da Paraíba, é fundador da Associação dos Fotógrafos Profissionais da Paraíba e aposentado da UFPB como professor nos cursos de Comunicação Social e de Arquitetura. Ariel, pernambucano, chegou à Paraíba, na década de 1930, para trabalhar no jornal A União. “Ariel e Arion não fazem milagres, mas são bons fotógrafos”, dizia o comercial deles, segundo me lembrou outro dia José Carlos Coelho, filho do Dr. Heronides Coelho, que foi do IHGP, diretor da revista Vida e Cultura, que entre outros, publicava o reclame.

A pequena empresa fotográfica existia, nas décadas de 1950, 1960 e 1970, na rua Miguel Couto, bem perto da Visconde de Pelotas. Nos tempos de Ariel e Arion, havia outros laboratórios de fotografia em João Pessoa, ainda hoje vivos na memória dos remanescentes daqueles idos. Por exemplo: o Foto Lyra, vizinho ao Rex. O Foto Stuckert, entre a Igreja da Misericórdia e o Ponto de Cem Réis. Sem esquecer Rita, na Epitácio Pessoa, Hudson, na Guedes Pereira, Nuca e Estrela.

Agora, entre todos, apenas Ariel e Arion, que eu me lembre, expunham aquelas fotos bizarras, daquele jeito, em frente ao prédio onde funcionava o estúdio fotográfico deles. Fico a imaginar o quanto gastavam em sapiência no assunto, em dinheiro e em sola de sapato para correr atrás dessas imagens, algumas vezes, gravadas longe da cidade.

Muitas dessas fotos, inclusive, foram parar nas páginas dos jornais diários que circulavam na capital paraibana. Não me consta que eles tenham amontoado riqueza com a arte, mas ambos fazem parte da história do cotidiano pessoense, para sempre.

(A foto de Arion, que ilustra a matéria, foi copiada de vídeo-entrevista publicado pelo site Paraíba Criativa)

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba