Uma estudante de 23 anos morreu, na última semana, durante o show da cantora Taylor Swift no Rio de Janeiro, após passar mal e ter uma parada cardiorrespiratória. A sensação térmica na capital fluminense chegou aos 60ºC, e os fãs, durante o show, relataram dificuldade para ter acesso a água. A secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro afirmou que Ana Clara morreu em decorrência de parada cardiorrespiratória.
Outro fato preocupante que aconteceu, foi durante a prova da Meia Maratona de João Pessoa, no último domingo (19), onde vários corredores precisaram ser atendidos pelo departamento médico, após passarem mal devido ao calor extremo.
Já que está chegando o verão, e essas temperaturas podem aumentar ainda mais, a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) divulgou recentemente, que algumas regiões da Paraíba podem chegar a registrar temperaturas de 40º C.
As temperaturas médias na Paraíba devem ser as seguintes, de acordo com a Aesa:
Litoral: máxima de 32º C e mínima de 25º C
Brejo: máxima de 30º C e mínima de 21º C
Agreste: máxima de 30º C e mínima de 22º C
Cariri/Curimataú: máxima de 35º C e mínima de 20º C
Sertão e Alto Sertão: máxima de 38º C e mínima de 23º C
Em entrevista, o médico, doutor em cardiologia pela USP, pesquisador e escritor, Valério Vasconcelos, discutiu a relação entre a onda de calor que tem assolado o Brasil e um aumento nos incidentes cardiovasculares.
Segundo o doutor Vasconcelos, embora seja conhecido que a exposição prolongada ao calor extremo possa levar a casos de insolação, a ligação direta entre a alta temperatura e eventos como hemorragias pulmonares ainda não é conclusiva. Ele ressaltou que há diversas causas possíveis, e é necessário avaliar cuidadosamente os sintomas e realizar exames específicos para estabelecer a relação.
“Normalmente, são avaliados fragmentos de órgãos como rim, pulmão, cérebro e fígado, conhecidos na medicina forense como exames histopatológicos. O objetivo é descobrir se há inflamação nesses tecidos, cuja causa pode se atribuir ao intenso calor. As altas temperaturas aumentam a viscosidade do sangue, fazendo subir a pressão e a frequência cardíaca, elevando, assim, o risco de sofrer um infarto ou um derrame,” explicou o médico.
Além de alertar sobre os riscos potenciais, o doutor Valério Vasconcelos ofereceu dicas valiosas para promover a saúde cardíaca em meio a condições climáticas adversas:
*Se alimentar de maneira saudável e equilibrada;
*Fazer exercícios físicos regularmente;
*Manter o peso em dia para evitar a obesidade;
*Não fumar;
*Evitar o consumo excessivo de álcool;
*Controlar a pressão arterial;
*Monitorar os níveis de glicose e colesterol; e
*Manter-se bem hidratado, especialmente em dias mais quentes.
O médico também destacou alguns alimentos que podem fortalecer a saúde do coração, como aveia, azeite de oliva extra virgem, vinho tinto, frutas vermelhas, peixes ricos em ômega-3, chocolate amargo, abacate e linhaça.
Diante das adversidades climáticas, a atenção à saúde cardiovascular torna-se indispensável. O doutor Valério Vasconcelos enfatiza a importância de adotar medidas preventivas e hábitos saudáveis para enfrentar os desafios impostos pelas condições climáticas extremas.
Valério Vasconcelos
Doutor em cardiologia pela USP, pesquisador e escritor
Fonte: Adriany Santos
Créditos: Adriany Santos