As investigações em andamento sobre os alegados desvios de recursos destinados ao Hospital Padre Zé, em João Pessoa, têm revelado surpresas a cada novo desdobramento. Segundo informações contidas na decisão judicial e no processo ao qual o Portal Paraiba.com.br teve acesso, o Ministério Público da Paraíba classifica o esquema como uma ‘organização criminosa’ e aponta o Padre Egídio, suspeito, como um dos líderes dessa organização. Confira o documento abaixo.
Conforme o documento, na página três, o MPPB considera que os atos praticados pelo ‘esquema’ de desvios milionários eram praticados pelos próprios beneficiários e tinham a finalidade de destruir a unidade de saúde. “Os principais beneficiários de desvios milionários praticados por uma Organização Criminosa voltada ao esfacelamento de uma instituição de saúde voltada à garantia da saúde dos mais necessitados”, diz trecho da decisão.
De acordo com a decisão assinada pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida da 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital, é necessário prender um dos líderes da “organização criminosa” para impedir que o grupo cometa mais crimes. As investigações indicam que o religioso tem um grande controle sobre a organização criminosa.
O Ministério Público da Paraíba concluiu que, operando com domínio do fato, Egídio demonstra um alto nível de periculosidade e controle sobre a organização criminosa. O documento afirma que a prisão de um dos líderes é necessária para garantir a ordem pública, pois os membros do grupo têm uma tendência a cometer crimes repetidamente, e para desmantelar a organização criminosa, que tem cometido crimes graves por muito tempo, prejudicando a sociedade.
O Monarca e ditador
Testemunhas ouvidas revelaram, durante depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que o padre Egídio de Carvalho, não gostava de ter suas decisões contestadas e agia como “verdadeiro monarca”, sob pena de severas punições. Na ocasião, o órgão de investigação considerou o religioso como ‘ditador’.
“Concretamente asseverando, muitas das pessoas ouvidas na fase investigatória afirmaram que Egídio funcionava como verdadeiro “Monarca”, que não poderia ter contestada suas decisões, sob pena de severas punições. Funcionários do Hospital Padre Zé eram compelidos a acatar as ordens de Egídio, mesmo sabendo que manifestamente ilegais, para não serem prejudicados com uma demissão empregatícia. O perfil de ditador também foi destacado nos depoimentos colhidos, principalmente de que ‘tudo deveria ser do feito dele’”, diz decisão.
O GAECO e MPPB, cumpriu no dia 17 de novembro, mandados de prisão em desfavor do Padre Egídio, ex-diretor do Hospital Padre Zé, e mais duas ex-funnaciar Amanda Duarte e Janine Dantas. A operação aconteceu na Paraíba e em Pernambuco.
O religioso se apresentou espontaneamente na sede do GAECO em João Pessoa, após um contato dos agentes com os os advogados do padre. Ao passar pela audiência de custódia, a justiça manteve a prisão de Egídio e ele foi encaminhado para um presídio especial na Capital, onde está sob a disposição da Justiça.
Fonte: Polêmica Paraíba com paraiba.com.br
Créditos: Polêmica Paraíba