Hoje não passa de um prédio lacrado e condenado a se tornar ruína, na Praça 1817. A construção data do século XIX (com duas reformas, uma em 1889 e outra em 1924) e nele funcionou, numa época de predomínio total e absoluto da Igreja Católica, na capital paraibana, uma igreja presbiteriana. Curiosamente, o templo exercia sua pregação no largo em frente à velha Igreja das Mercês, um dia demolida para dar lugar à praça e derrubar de seu comando a Irmandade dos Pretos e Pardos. Já falamos sobre isso. A fundação da Egreja Presbiteryana da Parahyba data de 21 de dezembro de 1884, a partir de Cruz das Armas. Antes do Largo das Mercês, funcionou na esquina das ruas da República com a Maciel Pinheiro, para depois se instalar na antiga Rua do Fogo, atual Guedes Pereira, a da descida para o comércio, e na Rua da Areia.

O prédio em que se instalou no Largo das Mercês ocupa o mesmo lugar onde existia antes, estamos falando de 1896, o Teatro Santa Cruz, comprado pelos presbiterianos. Inicialmente, o prédio da igreja protestante não era diferente, em termos de aparência, dos demais da vizinhança. Contudo, a partir da intervenção da década de 1920, quando tudo estava sendo reformado em Parahyba do Norte, o construtor Antonio Gama, famoso e muito requisitado na época, mudou completamente a fachada do templo, adotando um frontão alto e diferenciando-o definitivamente dos prédios ao lado, dizem registros da época. Fundado a partir do calvinismo, na Escócia, no Século XVI, o presbiterianismo admite como chefes de cada igreja um conjunto de pessoas, no caso, presbíteros, anciãos, que são crentes mais maduros capazes de conduzir o trabalho religioso.

Em linhas gerais, eles aceitam Jesus como filho de Deus, creem na Santíssima Trindade e na predestinação, ou seja, que as pessoas a serem salvas já foram escolhidas por Deus. Até 1986, a Igreja Presbiteriana da 1817 atuou normalmente. Na sequência, foi desativada, com o prédio sendo transformado em bingo e até em loja de roupas infantis, antes de ser completamente lacrado. Os serviços religiosos foram transferidos para a rua Odon Bezerra, em Tambiá. É mais um prédio de relevância histórica, na cidade, à espera do tempo para virar apenas um terreno valioso.
(Nas imagens, as antigas Igreja Presbiteriana, imediatamente à direita da foto, e das Mercês, aos fundos no mesmo largo, onde hoje fica a Praça 1817; na outra, a situação de hoje, caminhando para a ruína)

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba