O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,24% em outubro deste ano, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (10/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Após uma série de altas nos meses anteriores, o resultado de outubro mostra que a inflação desacelerou em relação a setembro, quando foi de 0,26%.
No segundo semestre, houve queda de preços em junho, quando o IPCA teve deflação de 0,08%. Deflação é a queda generalizada de preços de produtos e serviços, de forma contínua.
Em julho, o índice foi de 0,12%. Em agosto, de 0,23%.
No acumulado de 12 meses, até outubro, a inflação oficial do país foi de 4,82%. No ano, a inflação acumulada é de 3,75%.
O resultado veio abaixo das estimativas dos analistas. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, previa inflação mensal de 0,29% e, no acumulado de 12 meses, um índice de 4,87%. Divulgado há duas semanas, o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,21% em outubro.
Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é 3,25%. Como há intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.
De acordo com a última edição do Relatório Focus, do Banco Central (BC), o mercado projeta que a inflação termine 2023 em 4,63%, abaixo do teto da meta definida pelo CMN.
Passagem aérea puxou índice em outubro
Os preços de oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta em outubro. Transportes (0,35%) e alimentação e bebidas (0,31%) contribuíram, cada um, com 0,07 ponto percentual para o índice geral.
“É o segundo mês seguido de alta das passagens aéreas. Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores, como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, afirma André Almeida, gerente do IPCA.
O grupo de comunicação (-0,19%) foi o único que registrou queda no mês. Os demais ficaram entre 0,02%, de habitação, e 0,46%, de artigos de residência.
No grupo de transportes (0,35%), o resultado foi influenciado pelo aumento nos preços da passagem aérea (23,7%), o item com a maior contribuição individual (0,14 ponto percentual) no índice cheio do mês.
Combustíveis
Em relação aos combustíveis (-1,39%), somente o óleo diesel (0,33%) apresentou alta. A gasolina (-1,53%), o gás veicular (-1,23%) e o etanol (-0,96%) recuaram em outubro.
Alimentação
No grupo alimentação e bebidas (0,31%), a alimentação no domicílio subiu 0,27% em outubro, após quatro quedas seguidas. Entre os principais destaques, estão as altas da batata-inglesa (11,23%), da cebola (8,46%), das frutas (3,06%), do arroz (2,99%) e das carnes (0,53%).
No lado das quedas, os destaques foram o leite longa vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%).
Veja a variação de todos os grupos pesquisados:
Artigos de residência: 0,46%
Vestuário: 0,45%
Transportes: 0,35%
Saúde e cuidados pessoais: 0,32%
Alimentação e bebidas: 0,31%
Despesas pessoais: 0,27%
Educação: 0,05%
Habitação: 0,02%
Comunicação: -0,19%
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba