Rômulo aceita permanecer na vice

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Nonato Guedes

Embora ultimamente tenha revelado interesse pela disputa de um mandato de senador, o vice-governador Rômulo Gouveia (PSD) não é intransigente e transfere a decisão sobre seu destino para o governador Ricardo Coutinho (PSB), admitindo que não oporá restrições se for indicado para continuar na chapa à reeleição ao Executivo. Rômulo deixa claro que, de sua parte, está reiterado o compromisso de aliança em torno de Ricardo Coutinho. E deseja, particularmente, que o senador Cássio Cunha Lima, do PSDB, esteja incorporado ao projeto, o que tem sido explicitado até agora pelo parlamentar campinense.

Rômulo está na expectativa da vinda a João Pessoa do presidente nacional do PSD, o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para a discussão do cenário presidencial. Teoricamente, a agremiação poderá se alinhar à candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT), sobretudo depois de ter sido contemplada com o ministério da pequena e micro-empresa, confiado a Guilherme Afif Domingos. Mas a discussão ainda estaria em aberto em alguns Estados, onde há preferências por apoio a Aécio Neves, do PSDB, ou ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que ameaça concorrer ao Planalto pelo PSB. Gouveia enfatiza que caberá à direção nacional do PSD fixar o posicionamento que será adotado na disputa sucessória presidencial.

Em termos estaduais, considera que a situação é mais tranqüila para o partido, diante da receptividade à composição com o governador Ricardo Coutinho. Rômulo acredita que a imagem da administração estadual está sendo encarada de forma positiva por segmentos da sociedade, diante de medidas tomadas pelo chefe do Executivo e dos investimentos que ele tem realizado, a exemplo do que ocorre em relação à malha rodoviária do Estado. A esse respeito, o vice-governador é enfático: “A atual gestão tem contribuído para retirar do isolamento várias cidades que tinham dificuldades de acesso ou de interligação entre si. E o benefício colateral é a facilidade de escoamento de produtos, com perspectivas de geração de emprego e renda para famílias do interior que tentam sobreviver com dignidade”.

Indagado se tem conversado com o governador Ricardo Coutinho sobre a equação sucessória para 2014, Rômulo Gouveia deixa claro que o governante tem priorizado incansavelmente a agenda administrativa e avalia que essa é uma atitude correta, “pois o governo tem o direito de extrair dividendos das ações que empreende, depois de todo o esforço que foi feito para o saneamento financeiro do Estado”. Rômulo assegura que tem deixado o governador inteiramente à vontade, sem exercer qualquer pressão quanto a uma definição. Ser candidato a senador, conforme ele, seria também auspicioso, significando um avanço na sua trajetória política construída a partir do mandato de vereador em Campina Grande, passando pela Assembléia Legislativa, onde exerceu a presidência, e pela Câmara Federal, onde participou de Comissões importantes. Mas repetiu que a sua postura é a de trabalhar em conjunto, somando com outras forças aliadas, e mantém a disposição de não decidir isoladamente.

O vice-governador, fazendo uma análise apriorística da disputa para o governo do Estado em 2014, salientou que Ricardo Coutinho reúne todas as credenciais para se habilitar a um novo mandato, a fim de dar continuidade a programas de repercussão que começou a colocar em prática depois do êxito alcançado no reequilíbrio financeiro. Rômulo concluiu, advertindo os opositores: “Convém não subestimar a performance da administração estadual, que tem priorizado o atendimento às camadas mais carentes da população”.