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Álbum de GD feito por Inteligência Artificial tem data de lançamento adiada; cantor completaria 33 anos nesta quarta-feira

Você já imaginou ouvir a voz do cantor paraibano Gabriel Diniz, que morreu em um acidente aéreo em 2019, cantando músicas atuais de outros artistas? Pois é isso que um fã-clube chamado Memórias do GD fez, usando inteligência artificial (IA) para clonar a voz do ídolo e produzir um álbum com 14 faixas inéditas.

O projeto seria lançado nesta quarta-feira, 18 de outubro de 2023, dia em que o cantor completaria 33 anos, mas de acordo com a equipe do fã-clube, em virtude de contratempos técnicos, o álbum não pôde lançado nesta quarta-feira. De acordo com a publicação, em breve, a nova data será definida e também publicada. Desde já, gratidão pela compreensão de todos.

Gabriel Diniz ganhou fama em todo o país com o sucesso “Jenifer”, que se tornou uma das músicas mais populares no carnaval de 2019. Infelizmente, ele nos deixou aos 28 anos em um trágico acidente de avião em Sergipe, juntamente com outras duas pessoas. O cantor era reconhecido por seu carisma, alegria contagiante e estilo musical único.

O lançamento póstumo do álbum com a voz do Gabriel Diniz, produzido por inteligência artificial, é uma forma de os fãs prestarem uma homenagem ao artista e de matar a saudade ouvindo novas músicas com a sua voz. O responsável por idealizar e produzir o projeto é Felipe Alencar, fundador do fã-clube Memórias do GD e grande admirador de Gabriel Diniz. Ele explica que a ideia surgiu da sua própria saudade de escutar canções inéditas interpretadas pelo seu ídolo.

“Eu comecei a estudar sobre clonagem de voz a partir do início de 2021. Apenas por conta do motivo citado. Porque queria ouvir coisas novas por meio da voz dele e de outras pessoas (somente familiares) que amo”, diz Felipe.

Felipe explica que usou o Google Colaboratory e comunidades voltadas ao estudo de soluções em IA para aprender a clonar a voz do cantor. Ele diz que estudou, executou e alterou códigos em Python para separar a parte vocal da parte instrumental das músicas, converter a voz usando o modelo de voz do Gabriel gerado pela IA, e juntar a parte vocal convertida à parte instrumental, fazendo outros tipos de edições de áudio necessárias.

O resultado foi um álbum com músicas de artistas famosos, cantadas pela voz do Gabriel Diniz. Felipe diz que o processo foi prazeroso, emocionante e desafiador. “O meu objetivo é apenas matar um pouquinho da saudade que sinto e que várias outras pessoas sentem”, declara.

“Logo após o momento do acidente, a angústia e a tristeza me fizeram achar que nunca mais ouviria coisas novas por meio da voz do Gabriel. Mas como sempre fui um cara de fé, nunca deixei de acreditar”, afirma.

O pai do cantor, Cizinato Diniz, apoiou o projeto desde o início e ajudou na escolha das músicas. Ele diz que ficou encantado ao ouvir o timbre de voz do filho nas novas canções. “Não é profissional, é um projeto amador, só pra satisfazer a vontade dos fãs através de um fã-clube”, relata.

Cizinato informou em suas redes sociais, que o álbum será exibido por meio do canal oficial do Gabriel no YouTube e através do perfil oficial dele no Sua Música, sem fins lucrativos. Ele também revela que recebeu algumas críticas de pessoas que não gostaram da iniciativa, mas que não se importa com elas.

Especialista em IA analisa novo álbum de Gabriel Diniz

O lançamento do álbum gerou opiniões divergentes na internet, com alguns considerando-o uma bela homenagem e outros criticando a exploração da imagem do cantor falecido. Além disso, o álbum levanta questões importantes sobre consentimento, propriedade intelectual e direitos de imagem. Para obter uma compreensão mais aprofundada dessas questões, conversamos com Philipe Moura, especialista em IA e músico.

“Reproduzir com precisão a voz e o estilo de um artista requer grandes quantidades de dados, mas é tecnicamente possível. Esse processo pode ser aprimorado com avanços nos modelos de treinamento, conjuntos de dados e processamento. No entanto, existem várias questões relevantes relacionadas ao consentimento, propriedade intelectual e direitos de imagem. Por exemplo, a IA pode ser usada para criar músicas no estilo de artistas falecidos; nesses casos, se o direito autoral protege expressões específicas de ideias (como as músicas gravadas), um trabalho que apresente características comuns ao corpo de trabalho de um artista poderia resultar em disputas legais”, explica Philipe.

 

 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba