Depois que o Senador Efraim Filho (União Brasil), implantou um novo modelo de se fazer política na Paraíba, a partir de visitas permanentes aos municípios, a prática se tornou quase que didático-pedagógico, tendo em vista sua exuberante vitória na eleição de 2022, pois, agora está todo mundo antecipando as eleições que ainda irão acontecer em 2026.
A prova de que a caminhada realizada pelo senador Efraim de Araújo Morais Filho deu certo é que o senador Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto (MDB), logo no início deste ano, também resolveu adotar a mesma estratégia e, ao invés de ficar enclausurado no gabinete do Senado Federal, passou a visitar e dialogar com os prefeitos paraibanos, o qual vem recebendo muita adesão, inclusive, esta semana recebeu o apoio de Francinildo Pimentel da Silva (PSB), prefeito de Alagoa Nova, aliado do governador João Azevedo (PSB).
Ao perceber toda essa movimentação política, em que é perceptível algumas baixas no campo situacionista para as oposições, um grupo de líderes políticos que faz parte do governo, que podemos considerar figuras-chave da política paraibana, resolveu se reunir na última quinta-feira (5), não para comemorar os 35 anos da nossa Constituição Federal, mas para delinear algumas novas ações no sentido de estancar os avanços que os oposicionistas estão alcançando, pelo menos, nesse momento, e que precisa de uma reação urgente antes que percam o controle.
O encontro contou com a presença do governador João Azevedo (PSB), e de representantes dos partidos aliados, como o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano César Galdino de Araújo e o presidente do seu partido, deputado federal Hugo Motta (Republicanos), vice-governador Lucas Ribeiro (Progressistas) e o deputado Aguinaldo Ribeiro, presidente do Progressistas no Estado, além de mais de vinte deputados estaduais. Nessa primeira reunião, ficou acertado que a chapa para 2026 seria composta por Lucas Ribeiro ou Aguinaldo Ribeiro para a disputa de governador, João Azevedo e Hugo Motta para o senado federal. Até aí, tudo bem.
Porém, para quem analisa política, observa que há vários aspectos que nos chama atenção para uma reflexão desse encontro. Primeiro, depois que João Azevedo deixar o governo quem garante que ele ainda fará parte da chapa? Ele sequer tem um partido para chamar de seu. É claro que quando houver uma reunião entre os partidos para discutir algumas estratégias, João Azevedo estará de fora, isso é mais do que ululante. Outro fato que nos chamou atenção e, ao que parece, estão deixando nas surdinas, é a hipótese de que se Cícero Lucena for reeleito prefeito de João Pessoa, ele poderá pleitear uma vaga para o Senado Federal no grupo que atualmente está o Governador, já que para governo ou será Lucas ou o próprio tio, Aguinaldo.
É bom que o governador João Azevedo fique atento a todas essas questões, para que no final não seja o “Bobo da Corte”, pois é importante lembrar que Cícero Lucena está no Progressistas, e tem à frente do PDT, a primeira dama da capital, sua esposa Lauremilia Lucena, e agora o Avante de Victor Hugo, prefeito de Cabedelo, um de seus aliados de alta confiança, ou seja, terá muita força no futuro, especialmente se vencer as eleições de 2024 em João Pessoa. E aí vai caber uma outra questão, se vai valer a pena o PSB de João Azevedo apoiar a candidatura de reeleição de Cícero Lucena no próximo ano na capital, já que poderá ter um adversário no futuro.
A verdade é que tem muita água para passar por “debaixo da ponte”, mas fica aqui o alerta, inclusive, já feito pelo próprio Adriano Galdino sobre a situação de João Azevedo por não presidir um partido, ou será que o governador continua acreditando no presidente de seu partido, deputado Gervásio Maia (PSB)? E por coincidência, Gervásio não se fez presente no encontro, pelo menos é o que se tem conhecimento.
Por fim, vemos que enquanto o governador está no poder, tudo está a mil maravilhas, agora, diante da nossa cultura política, observa-se claramente que ou o governador preside um partido para chamar de seu, ou poderá ficar sozinho no futuro, pois está mais do que claro que João Azevedo é um político cujas intenções é sempre de união, mas está lhe dando com um verdadeiro “Butantan”, pois o que não falta na política são “cobras”, personalidades políticas já forjadas há anos nas estratégias de “fritura” a alguém que deseja participar de uma disputa com amplas chances de vencer seus concorrentes, como é o caso de João Azevedo.
Cuidado, governador, cuide urgentemente em presidir um partido enquanto está no começo de seu segundo mandato, depois “Inês está morta” aí não tem mais jeito.
Quem viver, verá!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba