Opinião

Em Campina: "Game Over" para Bruno Cunha Lima - Por Gildo Araújo

Até parece algo surreal o que vem acontecendo durante toda a administração do prefeito Bruno Cunha Lima em Campina Grande. São vários episódios que não fazem jus a uma das maiores e mais desenvolvidas cidades do nordeste brasileiro. 

Foto: Reprodução

Até parece algo surreal o que vem acontecendo durante toda a administração do prefeito Bruno Cunha Lima em Campina Grande. São vários episódios que não fazem jus a uma das maiores e mais desenvolvidas cidades do nordeste brasileiro.

Durante esses quase três anos de gestão, há um clima de tensão quase que semanalmente na Rainha da Borborema, é hospital dando apagão, posto de saúde sendo interditado, falta de solução de continuidade de obras deixadas pelo ex-prefeito Romero Rodrigues, o mal relacionamento com a imprensa que ficou evidente quando do possível envolvimento no caso que culminou na demissão da jornalista Waléria Assunção, entre tantos outros.

Talvez alguém pudesse pensar que, depois de todas essas peripécias, tudo agora seria voltado para as obras que o prefeito Bruno deu início, como no entorno do Parque Evaldo Cruz mas, infelizmente, “Está tudo como dantes no Quartel de Abrantes”, ou seja, a obra continua sendo ofuscada pelo próprio prefeito campinense que a todo instante toma medidas que vão de encontro à população e que sempre provoca repercussão em todo Estado da Paraíba.

Desta vez, para a surpresa de todos, alcançou um verdadeiro “holocausto laboral”, se assim podemos expressar, algo que mexe com o sentimento de qualquer cidadão de bom coração, que foi a exoneração súbita de mais de 8 mil pais e mães de família prestadores de serviços da Prefeitura de Campina Grande, algo inacreditável que jamais alguém imaginaria que seria imposto pelo jovem prefeito que pregava esperança por dias melhores nas camadas mais humildes de sua terra.

A verdade é que a retirada dessas pessoas do seu campo laboral, recebeu nota de repúdio tanto dos vereadores da oposição, como da senadora Daniela Ribeiro (Progressistas), e mais, o principal repúdio foi o da população paraibana que assiste estarrecida essa medida que muito faz lembrar os Tiranos (Senhor soberano e injusto).

Hoje, em Campina Grande, o sentimento é de revolta e indignação, pois serão aproximadamente mais de 30 mil pessoas a dar entrada no bolsa família, além de provocar uma grande retração econômica na cidade, e ainda um aumento significativo do êxodo da população que, sem emprego, poderá migrar para o sudeste do País.

Será que ainda existirá clima para comemorar o aniversário de Campina Grande no próximo dia 11 deste mês? Será que não seria uma insensatez por parte do governo municipal fazer algum tipo de comemoração, quando deixa aproximadamente 30 mil campinenses no campo da amargura? Como disse Tom Jobim: “É pau, é pedra, é o fim do caminho”, de pessoas que voltam ao desemprego e ao desespero, proporcionado para alguém que eles mesmos, na esperança de continuarem seus trabalhos, depositaram sua confiança e hoje sofrem suas frustrações e a certeza de que terão um Natal e um final de ano tristes com seus familiares, pois tiraram o pão de cada dia da boca de filhos, pais e mães de famílias.

Não temos nenhuma dúvida de que esse dinheiro que deixará de circular prejudicará massivamente o comércio que já vem sofrendo há muito tempo com a retração econômica que vem atingindo a cidade.

O que pode estar passando na cabeça de um gestor que pratica uma “insanidade” dessa magnitude? Será que o prefeito consegue dormir bem depois de um ato dessa natureza? Será que o prefeito Bruno tem consciência de quantas pessoas estarão procurando psicólogos para se consultar, por não poder ver seus filhos se alimentando em sua mesa? Mas esse “fim do caminho” não será só para os humildes, mas também para os que se acham exaltados, porque vale lembrar que a soberba também tem data para encerrar.

Diante de tudo isso, fica uma indagação, qual o propósito de demitir tantos pais de famílias? Será que isso também não seria um sinal de “caça às bruxas” dos possíveis eleitores ainda remanescentes do governo de seu antecessor, Romero Rodrigues, para depois colocar os eleitores comprometidos com a sua reeleição? Será que toda essa reação não é uma forma revanchista depois que Romero Rodrigues se reuniu com membros da oposição política em Campina, como a vereadora Jô Oliveira, o deputado Inácio Falcão (PC do B) e Aguinaldo Ribeiro (progressistas)? Será que Bruno já percebeu que Romero será mesmo seu adversário nas eleições em 2024?

Infelizmente, essa medida tomada pelo prefeito Bruno Cunha Lima foi além do que se imaginava, e não temos dúvidas de que foi mais um peso bastante significativo para uma iminente derrota nas urnas no próximo ano, principalmente, se o candidato for Romero Rodrigues.

Pelo jeito, deu “Game Over” para Bruno Cunha Lima, que leva consigo para “o fundo do poço” o senador Veneziano Vital. Esse “tapa na cara” não foi nas pessoas simples, mas em uma sociedade como um todo que agora grita por justiça. Esse “tiro no pé”, o prefeito poderá pagar caro, quiçá com uma derrota esmagadora nas eleições do próximo ano para o candidato das oposições, ou a senadora Daniella Ribeiro (PSD), ou Romero Rodrigues (Podemos) “…Vão-se os sonhos nas asas da descrença, voltam os sonhos nas asas da Esperança” (Augusto dos Anjos).

Quem viver, verá!

Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba