Durante o período eleitoral de 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro concorria à reeleição, seu governo liberou 84% do total de recursos de auxílios financeiros. De acordo com uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), entre agosto e outubro, a gestão Bolsonaro pagou R$ 9,77 bilhões dos R$ 11,65 bilhões previstos para o ano em empréstimos consignados do Auxílio Brasil, Auxílio Caminhoneiro e Auxílio Taxista, beneficiando 3,7 milhões de pessoas.
O ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, afirmou que os relatórios indicam o uso inadequado desses instrumentos durante o período eleitoral. Os empréstimos consignados são de fácil contratação e as parcelas são descontadas diretamente na folha de benefícios.
No caso do Auxílio Taxista, 78% dos 246 mil beneficiários estavam fora do perfil adequado. Pessoas que nem mesmo possuíam carteira de motorista receberam o recurso. O valor enviado apenas para esse benefício foi de R$ 1,4 bilhão. No total, foram identificados potenciais pagamentos indevidos no valor de R$ 1,97 bilhão para todos os benefícios.
A CGU irá analisar possíveis desvios e enviar os dados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para serem considerados nas investigações sobre o uso político dos benefícios para favorecer a campanha de Bolsonaro em 2022. Também serão monitoradas as medidas para a devolução dos recursos pagos indevidamente.
É evidente a falta de critérios na concessão desses benefícios, visto que quase 80% dos beneficiários não deveriam recebê-los. Não foram exigidas informações mínimas, como a posse de carteira de habilitação. Bolsonaro mencionou o Auxílio Brasil em seus atos de campanha, comparando-o ao Bolsa Família para promover sua candidatura.
A CGU também constatou que 3 milhões de pessoas fizeram empréstimos consignados durante o período eleitoral de 2022, com um valor médio de R$ 2.567,52 e juros anuais de 51,11%. Os juros cobrados dos beneficiários do Auxílio Brasil foram significativamente maiores do que os aplicados a pessoas que têm acesso ao crédito consignado. Além disso, 46 mil famílias beneficiárias do Auxílio Brasil tiveram descontos mesmo sem terem feito contrato de empréstimo consignado.
Fonte: Polêmica Paraíba com Notícias ao Minuto
Créditos: polêmica paraíba