Opinião

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS. Estação de Cruz do Peixe - Por Sérgio Botelho

Entre os limites que serviram de marco para a expansão de Parahyba do Norte rumo ao litoral, destaque-se o sítio Cruz do Peixe, inicialmente uma propriedade da Ordem dos Beneditinos. Tomou esse nome, segundo vasculhadores da história pessoense, por conta de ali vigorar um entreposto de venda de peixe.

Foto: Internet

Entre os limites que serviram de marco para a expansão de Parahyba do Norte rumo ao litoral, destaque-se o sítio Cruz do Peixe, inicialmente uma propriedade da Ordem dos Beneditinos. Tomou esse nome, segundo vasculhadores da história pessoense, por conta de ali vigorar um entreposto de venda de peixe.

A mercadoria era fisgada no mar pelos pescadores da praia de Santo Antônio, em Tambaú. O antigo sítio envolve a área em que está construído o Hospital Santa Isabel, nas imediações da Epitácio Pessoa e da Praça da Independência. Porém, o marco mais famoso de Cruz do Peixe vem da estação de bondes que ali funcionava, justamente, a Estação de Cruz do Peixe que, no processo evolutivo da urbe, virou o atual prédio da Energisa, local de atividades culturais altamente prestigiado na cidade.

Além da estação de bondes da capital dali também saia, a partir de 1906, o primeiro meio de transporte mais rápido com destino a Tambaú. Inicialmente, até a Imbiribeira (Tambauzinho), na altura do atual Grupamento de Engenharia. Depois, até a praia, após vencidas as dificuldades impostas pelo terreno que ladeia o rio Jaguaribe, na atual Avenida Rui Carneiro. Era a maxabomba, uma locomotiva bem rudimentar barulhenta e poluidora movida a óleo.

Como o prédio veio parar nas mãos da Energisa? É que, a partir de 1910, ali se instalou a Empresa de Iluminação e Viação Elétrica da Capital – EIVL”, posteriormente denominada de “Empresa Tração, Luz e Força – ETLF”. A partir daquela data a referida empresa, de origem paulista, não apenas passava a ser responsável pela administração do sistema de transporte coletivo de Parahyba do Norte, onde se incluíam os bondes e o trem para Tambaú, como também tinha a seu encargo instalar o serviço de energia elétrica da capital.

O local então comportou uma usina de produção de eletricidade. Nessa condição, passou às mãos da empresa de economia mista Saelpa (Sociedade Anônima de Eletrificação da Paraíba), em 1964. E que, no ano 2000, foi vendida em leilão para a Energisa, que se tornou proprietária do histórico prédio.

Sem mais serventia enquanto usina de energia elétrica, em 2003 passou a funcionar, por decisão da empresa e apoio da sociedade civil e das instituições oficiais, como usina de arte e cultura, sob o nome de Usina Cultural Energisa. E virou um sucesso danado!

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba