O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou, através de uma análise das movimentações financeiras, que há “suspeita de lavagem de dinheiro” em uma conta associada ao Movimento nas Ruas, grupo que foi fundado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP). O volume movimentado é de R$ 197 mil entre 3 fevereiro de 2017 e 1º de julho de 2019. O grupo surgiu para protestar pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
O relatório do Coaf, órgão de combate à lavagem de dinheiro, foi enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos ataques golpistas do dia 8 de janeiro, após determinação dos congressistas. Os membros do colegiado quebraram sigilos bancário e de comunicação da deputada e investigam a relação que ela manteve com o hacker Walter Delgatti.
Ele, que está preso, diz que a deputada o levou a uma reunião com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) em agosto de 2022, para discutir maneiras de fraudar as urnas e o sistema Judiciário. Tanto Delgatti quanto Zambelli são investigados pela Polícia Federal. Segundo o hacker, àquele período, Zambelli o contratou para prestar serviços digitais.
O documento desta reportagem foi entregue à coluna. “Carla Zambelli Salgado, atualmente Deputada Federal de São Paulo, utilizando sua conta PayPal pessoal para receber doações em favor da ‘Associação Movimento nas Ruas’. Sra. Carla é fundadora da Associação. Visto que a conta PayPal deve ser utilizada para movimentação de recursos próprios, concluiu-se que as doações recebidas na conta PayPal da Sra. Carla caracterizam movimentação de recursos de terceiro, podendo indicar suspeita de lavagem de dinheiro. Os fundos recebidos foram transferidos para a seguinte conta bancária: Titular Carla Zambelli Salgado [na sequência, o documento informa os dados de agência e conta da deputada]”, indica o relatório.
À CNN, a deputada rebateu a investigação. “Foi um vazamento seletivo, de algo que era sigiloso para a CPMI, me acusando de algo sem mostrar o relatório inteiro. E de um período que não estava na quebra de sigilo, que só era a partir de 2019”, disse.
Zambelli disse, ainda, que o Coaf “está abaixo” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad: “É óbvio que é uma perseguição. Eu vivia aqui em Brasília, tinha que pagar o custo disso de alguma forma e eu prestava contas aos seguidores. Para um movimento que era tão ativo, é um valor razoável”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Terra e CNN Brasil