Mãe Bernadete era uma ativista, lider quilombola e ialorixá. Na última quinta feira, na região metropolitana de Salvador, foi assassinada com 12 tiros, 6 anos após seu filho, Binho do Quilombo, ter o mesmo destino.
Ela estava na sala de sua casa assistindo televisão em companhia de 3 netos adolescentes quando os assassinos chegaram. A ialorixá pensou tratar-se de um assalto. Não era! Os netos foram trancados num quarto enquanto Mãe Bernadete, de 72 anos, era executada.
A Polícia Civil da Bahia diz que uma das linhas de investigação é o conflito pela posse da terras onde está o quilombo. Fala-se também em intolerância religiosa e uma suposta guerra de fações.
Mas quem aponta a direção a ser investigada é a própria Mãe Bernadete. Em julho desse ano ela entregou um documento de 8 laudas à presidente do STF, a ministra Rosa Weber, onde falava das ameaças que vinha sofrendo e do medo de ser morta, como se deu com seu filho, cujo assassinato até hoje não foi elucidado.
O Brasil é um país violento. Todos os dias nos deparamos com crimes bárbaros, muitos deles por motivo fútil e com requintes de crueldade.
Segundo dados divulgados pela Agencia Brasil a taxa de mortes violentas intencionais (MVI) passou de 24 para cada 100 mil habitantes em 2021, para 23,4 a cada 100 mil no ano passado. Em números absolutos, a quantidade caiu de 48.431 em 2021, para 47.508 em 2022 .
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Veja que a despeito do governo Bolsonaro ter facilitado o acesso às armas de fogo, o número de homicídios sofreu uma queda, donde se conclui que mais armas não significa mais violência. Estarei certo?
Não quero agourar, mas seguindo o ritmo atual o assassinato de Mãe Bernadete será mais um crime sem solução. O Brasil é o país da impunidade.
A suprema ironia: Mãe Bernadete*era *protegida*pelo Programa de *Proteção aos Defensores de Direitos Humanos ( PPDDH) do governo Federal. Imagina se não fosse? Dá pra acreditar?
Fonte: Ronaldo Filho
Créditos: Polêmica Paraíba
