Essa entrevista foi originalmente publicada em vídeo, no dia 15 de agosto de 2019, e está sendo republicada neste sábado 19 de agosto de 2023.
Na última terça-feira (15), foi comemorado nacionalmente o “Dia dos Solteiros”, data essa que permite que as pessoas solteiras criem uma perspectiva mais positiva em relação ao status de solteiro, e também que possa encorajá-las a se sentirem bem sozinhas, com independência e liberdade.
Muitas pessoas saem de relações difíceis e por terem dificuldade permanecerem sozinhas acabam entrando rapidamente em um novo relacionamento, e de alguma maneira acabam se frustrando novamente. Isso pode estar atrelado a dependência emocional, que muitas vezes pode estar relacionada a falta de afeto familiar.
Segundo a psicóloga Fernanda Secco, é natural gostar de estar com pessoas, pois somos seres sociáveis. Para Fernanda, as vezes algumas pessoas acabam estabelecendo uma interdependência em suas relações conjugais, com familiares e amigos, e isso é algo saudável. Agora, na relação familiar, que é o primeiro berço social, e onde as pessoas conseguem ensaiar as futuras relações sociais. Esse berço pode vim com afeto ou não.
“As vezes alguns vínculos conjugais acontecem dentro de uma perspectiva mais patológica, de buscar no outro algo que não tenho. A dificuldade em sair de uma relação e não conseguir se manter sozinho, pode vim da falta de maturidade em aproveitar ‘bom, o que foi esse término? O que posso aprender com isso? Quais foram os pontos positivos que posso estar levando para um próximo relacionamento? E quais os pontos negativos que eu não quero repetir?’ Então seria importante contemplar um espaço de tempo entre o término e um outro relacionamento, para não ficar no automático. E vale ter uma atenção para entender o porque de eu não conseguir ter esse tempo de reflexão e introspecção para poder partir para uma nova situação”, disse a psicóloga.
Ao mesmo tempo que existem determinadas pessoas que têm uma grande necessidade de ter alguém do lado, também existem àquelas que fogem de relacionamentos. Fernanda Secco explicou qual seria a motivação para essas pessoas terem esse tipo de comportamento.
“Hoje em dia, as pessoas estão mais voltadas para o crescimento pessoal, para se desenvolver profissionalmente, ou até mesmo está em uma busca espiritual, o que faz com que as pessoas não vejam uma relação como uma prioridade. Agora, tem pessoas que passaram por situações desafiadoras e que foram traumáticas ao ponto da pessoa imaginar que estar em uma relação não é algo bacana. Principalmente para pessoas que passaram por situações de violência, abuso, agressão ou traição”, acrescentou.
Em relação a influência das redes sociais na vida de pessoas que estão solteiras e não gostam de seu estado civil, Fernanda explicou que é importante entender que no mundo virtual só exposto o que é bom, e não necessariamente o que é real, mas, é exposto o superficial.
“As redes sociais é uma grande vitrine que acaba apresentando só o que é bom. De uma maneira geral, as pessoas acabam mostrando apenas o que tem de melhor na vida. A rede social traz uma experiência superficial da realidade. Então, é bom não dar tanta atenção a isso. E procurar mais do que se voltar para fora, mas, voltar para dentro e entender ‘o que é bacana para mim?’. O virtual é uma pequena parte da vida. Não é toda a vida. Para ela a gente dá o devido valor, assim também para o que é o real, precisamos dar o devido valor para cada coisa. É preciso estar presente. É importante estar só, se retirar, meditar e buscar práticas que vão contribuir no desenvolvimento pessoal. Daí conseguimos não ver as coisas com tanto sofrimento. Pois, conseguimos desenvolver um espaço interno de paz”, concluiu a psicóloga, Fernanda Secco.
Fonte: Adriany Santos
Créditos: Polêmica Paraíba