O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou a live semanal nas redes sociais, nesta segunda-feira (14/8), para se defender de críticas de ambientalistas pela falta de metas concretas na declaração final da Cúpula da Amazônia, que ocorreu semana passada, em Belém (PA). “Ficam as pessoas comentando que a gente deveria ter encontrado a solução definitiva. Não é fácil encontrar a solução definitiva, porque demanda muito trabalho, muitos anos de trabalho”, disse o petista.
O Brasil reuniu, no Pará, representantes dos oito países que abrigam a Floresta Amazônica, além de convidados. O grupo concordou que é preciso trabalhar contra a degradação, para que a região não atinja um ponto de não retorno. Não houve consenso, porém, sobre a meta comum de zerar o desmatamento até 2030 e sobre um veto à exploração de novos poços de petróleo na região.
Esse resultado frustrou ambientalistas, ONGs e personalidades, como o ator de Hollywood Mark Ruffalo, intérprete do herói Hulk na saga dos Vingadores.
“Esse encontro teve, como condição e como pretexto, a preparação dos países amazônicos para levar uma proposta sobre florestas para os Emirados Árabes na COP 28 [Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas]”, justificou Lula, sobre a ausência das metas concretas.
“A gente conseguiu preparar uma proposta, conseguimos uma coisa unitária, não só entre os chefes de Estado, mas entre o movimento social. Produzimos um documento sobre a floresta, que vai ser uma coisa muito forte para a gente levar”, destacou o petista, que tem a ambição de liderar os países florestais em busca de recursos dos países ricos para uma transição ecológica da economia.
“Vamos, pela primeira vez, discutir com mais seriedade a contribuição dos países ricos com relação à preservação das florestas. Porque não basta as pessoas enxergarem, por meio de satélites, as copas das árvores. É preciso enxergar que lá embaixo [na Amazônia], moram 50 milhões de pessoas. No caso do Brasil, são quase 30 milhões que moram e precisam viver com dignidade. Ter emprego, educação, saúde. Precisamos cuidar da Amazônia como um todo, cuidar das florestas e das pessoas que moram lá”, disse Lula, na live.
O presidente comentou, ainda, que “todos os países têm direito a se desenvolver”.
“Todos nós queremos ter o padrão de vida do povo alemão, do povo francês, do povo sueco. Mas não temos, porque não crescemos economicamente. E, quando se cresceu neste país, a gente não distribuiu corretamente. Só fomos distribuir corretamente quando tomamos a Presidência, em 2003, quando conseguimos tirar 36 milhões da miséria absoluta, elevar 40 milhões de pessoas a um padrão de consumo de classe média baixa”, disse.
Novo PAC
O presidente também citou o lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na sexta-feira (11/8), no estado do Rio de Janeiro. A iniciativa, segundo o governo federal, pretende injetar nos estados brasileiros mais de R$ 1,3 trilhão até 2026 e mais de R$ 300 bilhões após 2026, em um total de R$ 1,7 trilhão. “Vamos tirar o Brasil de uma fotografia de canteiro de obras paradas”, destacou.
Além disso, Lula fez críticas aos atos antidemocráticos de 8/1. “O Brasil é especialista em democracia. Por isso que nós derrubamos o golpe de 8 de janeiro, a tentativa frustrada dos golpistas deste país. Agora, começa a aparecer o tipo de gente que nós derrotamos”, ressaltou.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba