A 4ª Vara da Justiça Federal na Paraíba recebeu, nesta terça-feira, (8), a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) relativa à Operação Halving. Em mais de 330 páginas, os procuradores relatam em detalhes como funcionava o esquema operado pela Braiscompany. As informações são do Jornal da Paraíba.
Os donos da empresa Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias, que continuam foragidos, são indiciados por vários crimes, inclusive organização criminosa. No total, 13 pessoas foram denunciadas à Justiça.
Além deles foram denunciados também Victor Hugo Lima DuarteMizael Moreira Silva, Sabrina Mikaelle Lacerda Lima, Arthur Barbosa da Silva, Flávia Farias Campos, Fernanda Farias Campos, Clélio Fernando Cabral do Ó, Felipe Guilherme da Silva Souza, Gesana Rayane Silva, Fabiano Gomes da Silva e Deyverson Rocha Serafim.
Quitação de bens antes da Operação da PF
Na denúncia apresentada pelo MPF, Antônio Neto orienta uma de suas cunhadas, Flávia Farias Campos, a quitar um veículo BMW. O diálogo teria ocorrido, conforme a PF, no dia 10 de fevereiro.
A situação parece ser um tipo de estratégia do proprietário da empresa em adquirir patrimônio poucos dias antes da deflagração da primeira fase da Operação Halving, desencadeada em 26 de fevereiro. A ação foi a primeira ostensiva da investigação.
Conforme os investigadores, ela “beneficiou-se diretamente da atividade ilícita da empresa comandada por sua irmã e seu cunhado. Consta que ela recebeu, em sua carteira na Binance, valores superiores a R$ 463.000,00. |Em sua oitiva policial, Flávia Campos afirmou que a sua remuneração era de R$ 20.000,00, montante bastante significativo para a realidade de Campina Grande. Por fim, circulava na cidade em um veículo BMW X1, apreendido nos autos n. 0800369-14.2023.4.05.8201 e avaliado, segundo a tabela Fipe, em aproximadamente R$ 180.000,00”.
Já em 8 de fevereiro, um outro áudio interceptado pela Polícia Federal mostra Antônio Neto orientando Felipe Souza, esposo de Fernanda Farias Campos, a quitar uma fazenda.
Segundo a denúncia, o empresário diz a Felipe que ele precisa “trabalhar a quitação da fazenda” para deixar no seu nome, porque Felipe Souza precisa estar com recursos, carro e patrimônio porque os próximos três meses serão de turbulência”.
“Você está guardado, você é meu, você e Fernanda, nada vai nos tocar”, diz.
De acordo com as investigações, ele “auxiliou materialmente a operação da instituição financeira, atuando como gerente select (nível mais alto dentro da estrutura dos consultores – brokers). Conforme a planilha apreendida no e-mail financeiro da empresa Braiscompany, ele possuía carteira de mais de R$ 30.000.000,00 (trinta milhões)”.
Compra de imóvel milionário
Durante a investigação, a PF também encontrou um contrato que revela a compra milionária de um imóvel no bairro Morumbi, em São Paulo. O casal teria comprado uma mansão avaliada em R$ 12 milhões.
Do valor total do imóvel, R$ 6 milhões seriam pagos em contratos de criptomoedas e o restante em dinheiro.
Meses atrás a Justiça Federal mandou a leilão bens móveis apreendidos durante a investigação. Alguns imóveis, localizados na região de Campina Grande, também tinham sido colocados na lista, mas foram retirados por uma decisão de um dos desembargadores do TRF5. Um deles, uma casa, foi avaliada em R$ 2,8 milhões.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Jornal da Paraíba