PMDB tenta conter resistência a Dilma Rousseff

Foto: PMDB tenta conter resistência a Dilma Partido cobra de executivas estaduais compromisso com presidente e Temer BRASÍLIA - No esforço de preservar a aliança nacional com o PT e garantir o lugar de Michel Temer como vice na chapa da presidente Dilma Rousseff, em 2014, a direção do PMDB entrou em campo com um ano de antecedência para tentar conter os rebeldes que acenam para palanques de outros presidenciáveis. Mas não é uma tarefa fácil, já que o PMDB segue rachado em vários estados, como Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Pernambuco. O presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO), está convocando as executivas estaduais — nesta terça-feira foi com Pernambuco — para dar o recado: o partido quer disputar com candidatos próprios os governos de 18 estados, com apoio fechado para Dilma e Temer. Bahia e Pernambuco, principais colégios eleitorais do Nordeste, tendem a apoiar uma possível candidatura do presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Na reunião com a Executiva de Pernambuco, dominada por aliados do senador Jarbas Vasconcelos, que já apoia Eduardo Campos, esteve presente o prefeito de Petrolina, Júlio Lossio, que anunciou disposição de concorrer ao governo do estado, mas nada definiu sobre eleição presidencial. — O PMDB de Pernambuco está unidíssimo em relação à candidatura própria, que deve ser do prefeito de Petrolina. Sobre candidatura nacional, disseram não ter nada certo ainda — contou Raupp. O presidente do PMDB de Pernambuco, Dorani Sampaio, tem ligações históricas com o ex-governador Miguel Arraes, avô de Eduardo, mas diz que o partido não vai definir nada por enquanto: — Ela (Dilma) pode ter a caneta, mas quem decide nosso destino somos nós. Dilma precisa mais do PMDB do que o PMDB dela. Em outra frente, Temer estaria articulando para levar o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB) para o PMDB, oferecendo apoio a uma eventual candidatura ao governo de Pernambuco. — O desejo do Fernando é continuar com Eduardo Campos, mas tem dificuldades de sair do ministério — disse um interlocutor do ministro. O prefeito de Petrolina, perguntado sobre essa articulação, avisou que são projetos excludentes, já que é inimigo político da família Bezerra na região: — Se Fernando Bezerra Coelho entrar por uma porta, eu saio por outra. Na Bahia, a situação é complicada. Presidente da Executiva do PMDB baiano — que deve ter o ex-ministro Geddel Vieira Lima como candidato a governador, com apoio a Campos — o deputado Lúcio Vieira Lima disparou ontem: — Quando Michel resolver o problema do Rio, chama a Bahia para conversar.

O Globo

No esforço de preservar a aliança nacional com o PT e garantir o lugar de Michel Temer como vice na chapa da presidente Dilma Rousseff, em 2014, a direção do PMDB entrou em campo com um ano de antecedência para tentar conter os rebeldes que acenam para palanques de outros presidenciáveis. Mas não é uma tarefa fácil, já que o PMDB segue rachado em vários estados, como Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Pernambuco.

O presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO), está convocando as executivas estaduais — nesta terça-feira foi com Pernambuco — para dar o recado: o partido quer disputar com candidatos próprios os governos de 18 estados, com apoio fechado para Dilma e Temer.

Bahia e Pernambuco, principais colégios eleitorais do Nordeste, tendem a apoiar uma possível candidatura do presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Na reunião com a Executiva de Pernambuco, dominada por aliados do senador Jarbas Vasconcelos, que já apoia Eduardo Campos, esteve presente o prefeito de Petrolina, Júlio Lossio, que anunciou disposição de concorrer ao governo do estado, mas nada definiu sobre eleição presidencial.

— O PMDB de Pernambuco está unidíssimo em relação à candidatura própria, que deve ser do prefeito de Petrolina. Sobre candidatura nacional, disseram não ter nada certo ainda — contou Raupp.

O presidente do PMDB de Pernambuco, Dorani Sampaio, tem ligações históricas com o ex-governador Miguel Arraes, avô de Eduardo, mas diz que o partido não vai definir nada por enquanto:

— Ela (Dilma) pode ter a caneta, mas quem decide nosso destino somos nós. Dilma precisa mais do PMDB do que o PMDB dela.

Em outra frente, Temer estaria articulando para levar o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB) para o PMDB, oferecendo apoio a uma eventual candidatura ao governo de Pernambuco.

— O desejo do Fernando é continuar com Eduardo Campos, mas tem dificuldades de sair do ministério — disse um interlocutor do ministro.

O prefeito de Petrolina, perguntado sobre essa articulação, avisou que são projetos excludentes, já que é inimigo político da família Bezerra na região:

— Se Fernando Bezerra Coelho entrar por uma porta, eu saio por outra.

Na Bahia, a situação é complicada. Presidente da Executiva do PMDB baiano — que deve ter o ex-ministro Geddel Vieira Lima como candidato a governador, com apoio a Campos — o deputado Lúcio Vieira Lima disparou ontem:

— Quando Michel resolver o problema do Rio, chama a Bahia para conversar.