Estendendo-se por uma distância impressionante de 6.437 quilômetros, desde a Jordânia até Moçambique, o Sistema de Rift do Leste Africano (SREA) marca uma presença imponente. Este fenômeno geológico impressionante, resultado da separação das placas tectônicas Nubiana e Somaliana, vem moldando nosso mundo por aproximadamente 25 milhões de anos.
É um espetáculo em constante mudança, atualmente movendo-se a um ritmo incrível de aproximadamente 1,27 centímetros por ano, segundo um estudo recente. Os cientistas hipotetizam que ele poderá, em última análise, dividir a África em duas, dando origem a um oceano completamente novo. O estudo sugere que a separação total ainda deve demorar pelo menos 5 milhões de anos.
Contrariando a norma, os rifts normalmente criam deformações perpendiculares ao movimento das placas, mas o SREA é um tanto diferente. Ele desenvolve deformações tanto perpendiculares quanto paralelas em relação ao rift. Isso torna essencial a compreensão de sua complexidade, uma vez que é uma fonte principal de atividade sísmica no leste da África. Durante muito tempo, este comportamento peculiar permaneceu um enigma para os cientistas, mas isso não é mais o caso.
No estudo, cientistas da Virginia Tech investigaram os misteriosos mecanismos internos do SREA. Empregando GPS e modelagem termomecânica 3D avançada, eles fizeram descobertas notáveis.
A pesquisa deles aponta para a Superpluma Africana – um levantamento colossal de rocha derretida que transporta calor do núcleo da Terra – como responsável pelas deformações paralelas ao rift, que são atípicas. Esse fluxo norte do manto oferece uma nova perspectiva sobre por que o SREA se desvia das normas geológicas padrão.
Além disso, a flutuabilidade litosférica – a flutuabilidade da crosta terrestre e do manto superior – explica as deformações perpendiculares mais típicas. “O fluxo do manto não está impulsionando as deformações na direção leste-oeste, perpendiculares ao rift, mas pode estar causando a deformação anômala para o norte, paralela ao rift”, esclarece o co-autor Tahiry Rajaonarison. Isso reafirma teorias anteriores, ao mesmo tempo que fornece novos insights sobre as deformações atípicas testemunhadas no Leste da África.
As dinâmicas geológicas continuarão a esculpir o continente africano. É como descascar as camadas de uma história profundamente intrigante, revelando as forças intrincadas que estão em jogo há milhões de anos.
Cada passo que damos para desvendar esses mistérios é um salto em nosso conhecimento dos complexos padrões geológicos do nosso planeta. A história da SREA continua a se desenrolar, moldando não apenas as paisagens físicas da Terra, mas também nosso entendimento das próprias forças que fazem do nosso mundo o que ele é hoje
Fonte: Mistérios do Mundo
Créditos: Polêmica Paraíba