Polônia x Wagner

Polônia move tropas para a fronteira com Belarus em meio a temores de invasão do Grupo Wagner: "estamos preparados para qualquer cenário"

Foto: Reprodução / Mariusz Błaszczak / Twitter

A Polônia decidiu reforçar sua fronteira após o Grupo Wagner chegar na Bielorrússia, onde treina as tropas do país aliado da Rússia em uma zona próxima da divisa polonesa.

Minsk postou fotos de instrutores do Wagner mascarados, com os rostos cobertos conforme as regras do grupo mercenário. Eles aparecem treinando soldados bielorrussos com veículos blindados, armas pesadas e drones.

 

Mercenários do Grupo Wagner treinam soldados da Bielorrússia – Foto: Reprodução / YouTube

A Polônia, que é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), começou a mover tropas para o leste do país no início deste mês, em meio à crescente preocupação de que os combatentes do Wagner em Belarus possam levar a um aumento da tensão na sua fronteira.

O Ministério da Defesa da Polônia disse, em comunicado, que as fronteiras do país estão seguras e que os polacos estão prontos para “qualquer cenário que se desenvolver”.

Questionado sobre a decisão da Polônia enviar tropas para a divisa com a Bielorrússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou aos jornalistas: “Claro que é motivo de preocupação. A agressividade da Polônia é uma realidade”.

Putin e Lukashenko

Em encontro com seu homólogo russo Vladimir Putin, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, comentou que os mercenários do Grupo Wagner que estão no país começaram a “estressá-lo”, porque querem “ir para o Ocidente” em “uma excursão”.

“Talvez eu não devesse ter dito isso, mas vou. Os mercenários do Wagner começaram a nos estressar. ‘Queremos ir para o Oeste. Vamos’, eles nos dizem”, disse Lukashenko a Putin durante uma reunião em São Petersburgo no domingo (23/07).

“Por que você precisa ir para o Ocidente? ‘Bem, para fazer uma excursão a Varsóvia, a Rzeszow [na Polônia]’”, acrescentou Lukashenko. “Eu os mantenho no centro, conforme combinado, de Belarus”, concluiu.

Lukashenko é um aliado de Putin e aparentemente estava brincando com ele. Um vídeo mostrou Putin sorrindo com os comentários.

Vladimir Putin durante encontro com o aliado bielorrusso Alexander Lukashenko – Foto: Reprodução / YouTube

Como o Grupo Wagner foi parar na Bielorrússia

Em junho, um motim organizado por mercenários do grupo desafiou a autoridade do presidente russo, Vladimir Putin.

Um acordo acabou com a rebelião de 24 horas, que viu as tropas tomarem uma cidade e se aproximarem da capital Moscou — apenas 200 km.

Pelos termos do acordo, os combatentes do Grupo Wagner foram informados de que poderiam ingressar no Exército regular russo ou ir para Belarus. A grande maioria optou pela segunda opção.

O Wagner ajudou a Rússia a anexar a Crimeia em 2014, lutou contra militantes do Estado Islâmico na Síria, operou na República Centro-Africana e no Mali e tomou a cidade ucraniana de Bakhmut para a Rússia mais cedo neste ano, com perdas consideráveis em ambos os lados.

Fonte: Carlos Germano
Créditos: Polêmica Paraíba