A deputada estadual, Alê Portela (PL), está fazendo uma campanha, em seu perfil do Instagram, para pais não levarem seus filhos para assistirem ao novo filme da Barbie, que estreou nessa quinta-feira, 20.
Na postagem feita na última quarta-feira, 19, a deputada apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alega que o filme não é indicado para crianças pelas pautas debatidas e que “a luta contra a inversão de valores é uma batalha constante, mas nescessária”.
“Podemos pensar que um filme baseado nessa personagem seria voltado para o público infantil e familiar, destacando a feminilidade. No entanto, essa suposição está errada”, escreveu na legenda Portela. A publicação é composta por fotos com textos que defendem o assunto proposto por ela.
Em seguida, ela inicia sua argumentação utilizando a classificação indicativa, que foi definida como 12 anos. “O Conar (Conselho Nacional Auto Regulamentação Publicitária) proibiu a exibição do trailer em salas para menores de 12 anos pelo conteúdo dos diálogos e atos violentos”, escreveu Portela.
O próximo tópico trazido pela deputada é a trama do filme. Nela, a Barbie (Margot Robbie) é expulsa da “Barbieland” quando deixa de se encaixar no mundo perfeito e vai com seu Ken (Ryan Gosling) para o mundo real em busca de sua felicidade.
“Já se sabe que o filme será um drama de quando a Barbie vai parar no mundo real, e nele descobre assédio, prisão, bebida alcoólica e profundas reflexões sobre sua existência”, escreveu ela em sua publicação.
Outro ponto que, segundo a deputada bolsonarista tornaria o filme impróprio para crianças, é a presença da pauta LGBTQI+ no longa. A primeira argumentação é que o filme tem uma de suas Barbies interpretadas por uma mulher trans, a atriz Hari Nef, que representa a Barbie médica no filme.
Ela também utiliza um pequeno trecho da análise feita pelo Movieguide, um site que funciona como um guia de filmes e séries para cristãos: “O filme foi produzido para ‘adultos nostálgicos e promove histórias de personagens lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros”.
Para Portela, o longa é uma “decadência dos princípios familiares no cinema”, afirmando que nas animações tinha a presença de “redenção, compaixão, trabalho em equipe, gentileza, auto sacrifício, feminilidade e muito mais”.
“A inversão de valores é uma triste realidade que observamos em nossa sociedade atual. E é preocupante ver como princípios éticos e morais estão sendo distorcidos e até mesmo ignorados”, sustenta.
Na última foto da publicação, ela começa dizendo que após as informações apresentadas, os responsáveis podem concluir que o filme não é adequado para crianças assistirem. “Embora possa ser interessante para aqueles que adoravam brincar com a Barbie, não espere assistir a um filme voltado para crianças e família”, reforça a argumentação que já tinha de forma semelhante em outras partes do texto e legenda.
Nos comentários, as opiniões se mostraram divididas sobre a campanha. Uma internauta, em apoio a deputada, escreveu: “Esse filme é nojento e quem está criticando ela é porque se sentiu afetado, povo sem princípio”. Já outra agradeceu Alê Portela pela iniciativa: “Deputada @aleportelaoficial parabéns pela sua manifestação e alertamos acerca do que está por detrás de tudo isto”.
Em oposição ao conteúdo publicado, uma internauta comentou: “Ora, ora, ora! Alguém descobriu que o filme cuja classificação indicativa [é] para adolescentes e adultos não é para crianças. Que surpresa, hein? E o que mais você descobriu?”
“Qual é o problema retratar pessoas da comunidade LGBTQIA+?”, perguntou outra. Além delas, outra usuária questionou se o que tornaria o filme inadequado seria a presença de um personagem LGBTQIA+. “Ser LGBTQIA+ é imoral, criminoso ou algo do tipo? Porque até onde eu sei, o que é imoral e criminoso é a homofobia”, afirma.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: O Povo