Em Campina Grande, não se fala em outra coisa, até parece que a política da Rainha da Borborema transformou-se em uma novela mexicana que ficou conhecida por sua trama emocionante, melodrama e romance, como a Usurpadora, Maria do Bairro, ou daquelas séries que também abordam temas políticos como “House of Cards” em que um congressista americano faz de tudo para conquistar seus objetivos, não importa o que aconteça.
Na terra dos Tropeiros da Borborema, a expectativa é cada vez mais crescente para saber o desfecho desse drama real que hoje vivem os campinenses, e pelo visto, o episódio final ainda está bem distante de acontecer, e até lá ainda provocará muitas emoções e rompimentos de acordo com a opinião de quem vem acompanhando toda as aflições políticas.
Mas, como disse Cazuza “O tempo não para”, e deve-se dar continuidade às novas cenas desta enigmática novela que trata sobre o caminhar da possível separação política entre o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSDB), e o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos), cuja motivação foi dada pela chegada do senador Veneziano (MDB) ao grupo Cunha Lima.
E mais, durante o fim de semana passado, mais um capítulo cheio de adrenalina veio à tona: a reação do deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB), que se queixou da falta de encontro dele com o prefeito campinense Bruno Cunha Lima, que em resposta ao parlamentar, disse que os deputados Sargento Neto (PL) e Fábio Ramalho (PSDB) estão quase que semanalmente com ele.
Em entrevista, Tovar falou que há sim um início de rusgas entre Bruno e Romero, devido a algumas alfinetadas dadas pelo Chefe do Executivo campinense em relação à gestão do ex-prefeito campinense. “Romero tem demonstrado algumas insatisfações”, e Tovar foi mais além: “… cristal quebrado não cola jamais…”, dando uma conotação da gravidade do rompimento que já se prevê, embora o prefeito campinense também já tenha admitido a existência de um “ruído” entre ambos, e atribui algumas dessas especulações a comentários advindos de alguém da comunicação paraibana.
Uma pergunta que não quer calar é: será que foram os analistas políticos ou jornalistas que provocaram o encontro de Bruno Cunha Lima com Veneziano? Óbvio que não. Cabe tão somente aos profissionais da imprensa narrar aquilo que acontece com os protagonistas da política, e todo esse imbróglio que está sendo levado ao conhecimento do povo paraibano vem desde o encontro que o ex-senador Cássio Cunha Lima teve em Brasília com Veneziano, quando fecharam acordo de apoio no segundo turno das eleições para governador da Paraíba do ano passado, ou seja, se Veneziano disputasse o segundo turno teria o apoio incondicional do grupo Cunha Lima; e caso fosse Pedro Cunha Lima (PSDB), teria o apoio do senador e de toda a cúpula dos que lhe apoiaram.
A verdade é que desde aquele fatídico dia que o grupo comandado pelo ex-prefeito campinense Romero Rodrigues vem sentindo estranheza no comportamento político e administrativo de Bruno, basta ver que em sua equipe de secretariado não existe nenhum romerista de carteirinha, no entanto, já se especula que, em poucos dias, várias nomeações de venezianistas serão feitas pelo gestor campinense, que verá explodir contra si uma verdadeira bomba de manifestações de aliados de Romero Rodrigues, que aliás, já estão acontecendo, basta andar pelos Bairros e ruas ou até mesmo na feira-livre de Campina que a gritaria é uma só, pois as manifestações de solidariedade a Romero é algo jamais visto na cidade.
Todos esses episódios envolvendo esse possível afastamento político entre ambos Bruno e Romero, nos remete ao que aconteceu entre Veneziano Vital e governador João Azevedo quando, em 2021, João se queixava da ausência do Senador em vários encontros como audiência, reuniões e eventos, essa ausência culminou com o rompimento no início de 2022, ou seja, foi tudo estrategicamente planejado, como está acontecendo hoje na Rainha da Borborema, em que mais uma vez, o personagem principal do desentendimento é o próprio Veneziano Vital; só que agora, talvez o prefeito Bruno não estivesse preparado para uma tão rápida resposta de Romero que já afirmou que estará com o Partido Republicanos em 2024.
A situação é tão periclitante em Campina Grande que já se fala que o deputado Fábio Ramalho já recuou da possibilidade de assumir a chefia de gabinete do governo Bruno, pois há uma intensa movimentação de aliados de Romero que se Fábio optar por Bruno, não terá mais o apoio dos romeristas que lhe deram quase nove mil votos em Campina Grande, e isto já começa repercutir na cidade de Lagoa Seca, seu reduto eleitoral, onde sua candidata à reeleição, começa a dar sinais de que pode não vencer em 2024. Pelo caminhar, não existe mais volta na posição já tomada pelo ex-prefeito Romero Rodrigues, que mesmo com seu jeito simples, vem adotando postura forte de quem tem coragem.
Diante de tudo isso, vemos que com a aproximação de Romero Rodrigues ao Republicanos, e as declarações do deputado Tovar, amigo de primeira hora de Romero Rodrigues, já se observa que a oposição ao governo Bruno Cunha Lima em Campina Grande deve vir muito forte para as eleições do próximo ano… com Romero Rodrigues, Daniela Ribeiro, o governador interino Lucas Ribeiro, Aguinaldo Ribeiro, Damião Feliciano, Adriano Galdino e seu irmão, o deputado federal Murilo Galdino, Inácio Falcão, além de vereadores. Com esse grupo unido em torno de um nome, no caso específico, Romero Rodrigues, as oposições deverão obter uma vitória triunfante, além de deixar interrompida uma trajetória política de sucesso de Bruno Cunha Lima.
Quem viver, verá!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba