O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal (PF) por volta das 13h35 desta quarta-feira (12/7) para depor em investigação que apura suposta trama golpista envolvendo o senador Marcos do Val (Podemos-ES). A oitiva é a quarta de Bolsonaro à PF somente neste ano.
O processo apura suposto plano para gravar clandestinamente Moraes, em tentativa de reverter a derrota do ex-presidente nas últimas eleições. Na condição de testemunha, Bolsonaro terá de responder a perguntas sobre as declarações de Marcos do Val.
Inicialmente, do Val havia dito, nas redes sociais, que houve uma “tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto a ele”. Depois, o senador mudou a versão e disse que o ex-presidente teria ficado calado durante toda uma reunião que tiveram. Nesta versão, o parlamentar responsabilizou o ex-deputado Daniel Silveira pelo plano, e ainda garantiu que denunciou tudo ao ministro Alexandre de Moraes.
Em junho, Moraes autorizou uma operação de busca e apreensão contra o senador. As buscas ocorreram no apartamento funcional ocupado pelo senador em Brasília, no gabinete dele no Senado e, ainda, em pelo menos um endereço no Espírito Santo.
As medidas foram solicitadas depois de os investigadores identificarem tentativas do senador de atrapalhar as apurações sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro. No fim de junho, o senador solicitou afastamento das atividades parlamentares após precisar de atendimento médico durante uma sessão na CPI que investiga os ataques de 8 de janeiro.
Quarto depoimento
Esta é a quarta vez que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depõe na sede da Polícia Federal, em Brasília, em 2023. Em 5 de abril, o mandatário foi à sede da corporação para explicar sobre as joias que ganhou de presente da Arábia Saudita.
Em 26 de abril, o ex-presidente depôs no âmbito do Inquérito (INQ) 4921, que investiga incitadores dos atos de 8 de janeiro. Ele virou alvo das investigações após compartilhar, em 10 de janeiro, publicação em que a regularidade das eleições era questionada. Apesar de ter apagado o post no mesmo dia, a PGR acusou o ex-presidente de incitar a perpetração de crimes contra o Estado de Direito ao propagar o vídeo.
Em maio, Bolsonaro deu sua versão à PF sobre as investigações que apuram fraude nos cartões de vacinação dele, da filha, de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e de pessoas próximas.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba