Política da Ingratidão: Por quê o PT desprezou Ricardo Coutinho? - Por Gildo Araújo

A política brasileira é realmente recheada de caminhos tortuosos, assim como é a vida de qualquer ser humano. Para sobreviver nela, é preciso muito equilíbrio emocional e, acima de tudo, ter a consciência de que a qualquer momento tudo pode mudar. Essa parece a cena do cotidiano do ex-governador Ricardo Coutinho que um dia foi a maior liderança política do Estado da Paraíba, e hoje, até mesmo o seu próprio partido, a quem sempre foi defensor de seus ideais, lhe despreza e o deixa no ostracismo das discussões nacionais.

Será que o Partido dos Trabalhadores (PT) “passou uma borracha” em tudo que Ricardo fez em favor da sigla? Até nos piores momentos do PT, quando o atual presidente Lula estava encarcerado, Ricardo seguia mantendo a chama da esperança de vê-lo liberto novamente para voltar às trincheiras da luta pela retomada do Poder no País, o que foi concretizado na última eleição.

Entretanto, observa-se que hoje, mesmo enfrentando todas as adversidades que o tempo lhe impôs, Ricardo Coutinho, apesar de ter contribuído assiduamente para a vitória de Lula (PT), vem sofrendo grandes derrotas políticas, pois sequer foi convidado para ocupar qualquer posto dentro do governo Petista. Enquanto isso, Lula vive a barganhar cargos vultuosos com parlamentares do “centrão”, cedendo vários ministérios para partidos considerados conservadores de direita, como o União Brasil.

Todas essas ações que vêm sofrendo o ex-governador nos lembram o que diz Platão: “As pessoas são como sujeira. Elas podem nutrir você para crescer ou podem retardar seu crescimento e fazer você murchar e morrer”. Jamais queremos aqui fazer qualquer juízo de valor sobre os atos recentes que envolveu a figura de Ricardo Coutinho, no entanto, isso não significa dizer que ele não mereça uma melhor atenção por parte do PT, pois é público e notório que estão praticando uma verdadeira traição a quem um dia entregou quase sua vida em defesa do PT e da democracia.

Quem diria que um dia o ex-governador da Paraíba, homem que governou o Estado com toda a sua supremacia, poderia chegar a esse calabouço político. Mas, “Nada é eterno. O que hoje é tristeza, amanhã se torna felicidade. Quem hoje está em baixo, amanhã reinará” (Mayara Benatti).