Mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) no celular do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, mostram que existia um plano para executar um golpe de estado após as eleições presidenciais de 2022. A informação é da revista Veja.
Segundo a revista, Cid foi cobrado por membros das Forças Armadas para convencer Bolsonaro a seguir com o plano de golpe de estado. O plano desses militares era de, além de anular o resultado das eleições, destituir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e fazer uma intervenção militar no país.
A maioria das mensagens foi escrita pelo coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército. O conteúdo é datado de dezembro de 2022. Em uma delas, ele disse “Convença o 01 a salvar esse país”. Em outra, disse que “o homem [Bolsonaro] tem que dar ordem” e que “Se a cúpula do EB [Exército Brasileiro] não está com ele, da divisão para baixo está”.
Em outra mensagem, Lawand disse a Cid “Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”.
Não foram encontradas mensagens do alto escalão do Exército ou de Bolsonaro apoiando o plano.
A Veja mostra que existia um documento chamado ‘Forças Armadas como poder moderador’, com três páginas, que listava oito passos para a execução do plano, que no fim previa a realização de novas eleições.
As etapas eram:
1 Nomeação de um interventor federal
2 Fixação de um prazo para restabelecimento da ordem constitucional
3 Definição da Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal como subordinadas ao interventor
4 Suspensão de atos do Poder Judiciário e afastamento de ministros
5 Abertura de inquérito para investigar os ministros afastados
6 Autorização para que o interventor suspenda outros atos inconstitucionais praticados pelo Judiciário
7 Substituição dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral afastados
8 Fixação de prazo para a realização de novas eleições
O plano foi feito na tese de que, caso Bolsonaro perdesse as eleições, haveria um conflito entre os poderes, assim militares poderiam, segundo o plano, serem convocados e uma intervenção militar poderia ser instaurada.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba