Todos nós sabemos que a política, apesar de ser a arte do diálogo, é sobretudo uma ciência dinâmica já que em alguns momentos faz-se necessário se aprofundar num contexto específico, em que a comunicação pode estar repleta de insinuações.
Quem tem acompanhado o noticiário paraibano nas últimas semanas já deve ter observado que constantemente o deputado Adriano César Galdino de Araújo (Republicanos), presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, tem sugerido que o governador João Azevedo (PSB) assuma a presidência do PSB na Paraíba. Esse alerta do parlamentar pocinhense coaduna com o que temos descrito, e tem em seu pano de fundo chamar atenção do governador para as futuras consequências, pois ninguém mais do que o próprio Adriano Galdino para melhor avaliar o comportamento político do atual presidente do PSB, deputado Gervásio Maia, que, inclusive, depois da fala de Adriano Galdino, declarou de forma estratégica à imprensa que cederia a presidência ao governador João Azevedo na hora em que ele quisesse.
Ao tentar amenizar a situação, veio o pronunciamento do secretário estadual da administração, Tibério Limeira, presidente municipal de João Pessoa, que rechaçou a fala de Adriano Galdino em entrevista ao programa Arapuan Verdade. Em sua fala disse que “o assunto não foi discutido e que João não deseja assumir o PSB na Paraíba”.
A verdade é que, por enquanto, no PSB paraibano está um “céu de brigadeiro”, porém quem conhece a política partidária em nosso País, e os políticos que as compõe, tem conhecimento de que tudo pode virar da noite para o dia.
Nesse caso específico, observa-se que mesmo com seus interesses individuais, o que é fatídico em qualquer estratégia política, vemos que a mensagem do presidente do Poder Legislativo Paraibano ao governador João Azevedo tem muita coerência, pois o próprio João Azevedo já passou por alguns apuros e anguras quando em dezembro de 2019 deixou o próprio PSB, e Gervásio Maia optou em ficar no partido ao lado do ex-governador Ricardo Coutinho; a partir dali, passou a fazer uma oposição ferrenha à gestão do governador.paraibano, onde só veio amenizar quando João Azevedo saiu do CIDADANIA, partido que havia se filiado, e retornou a Partido Socialista Brasileiro (PSB).
A fala de Adriano Galdino também pode ter um significado das dificuldades que o PSB, com Gervásio Maia, terá em dialogar com outros partidos no futuro, já que na última eleição Gervásio criou muitas rusgas com vários deputados que foram candidatos, inclusive, no seu próprio partido, basta fazer um retrospecto das falas de Hervázio Bezerra e Ricardo Barbosa durante as eleições, quando ambos se sentiram bastante prejudicados em relação ao chamado Fundo Eleitoral, isso sem falar nas arestas existentes entre ele (Gervásio Mais) com outras siglas partidárias na Paraíba. Todo esse acervo de problemas, certamente, dificultará uma articulação mais consistente nas próximas eleições.
Notícias Relacionadas
Opinião
Promessa de Estabilidade em Troca de Acusação: A denúncia de assédio fabricada por pressão política - Por Mario Vicente
Motivações sombrias e artimanhas de bastidores emergem no caso de assédio contra um secretário da OAB/PB. De acordo com provas trazidas aos autos, a acusação teria sido fabricada sob pressão política, com promessas de que a denunciante, Lanusa, manteria seu emprego caso acusasse o secretário. Observando dessa forma o incentivo descarado de um grupo político […]
Opinião
PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: A Igreja de Lourdes, a João Machado e o Palácio do Governo - Por Sérgio Botelho
A pesquisa memorial faz a gente se deparar com informações não imaginadas. É o que me aconteceu, ontem, ao ler a edição de 27 de novembro de 1940,
E como se sabe, o governador João Azevedo deverá deixar o governo para disputar uma vaga no senado federal e irá precisar se articular com outros partidos, por consequência, e se não tiver comandando uma sigla partidária, estando fora do Poder, dificilmente logrará êxito, já que as negociações políticas sempre são realizadas pelos presidentes partidários que é quem tem a força de se articular e de decidir, além disso tem o comando do Fundo Partidário, outro fator preponderante dentro das negociações políticas.
Essa talvez seja a preocupação de Adriano Galdino, devendo-se ter muito respeito a sua observação, mesmo não pertencendo ao PSB, mas tem sido um amigo leal ao governador João Azevedo, e é peça importante da base do governo na Assembleia Legislativa, como também, nas articulações políticas em favor da boa governabilidade.
Diante de tudo isso, fica claro que o governador precisa, enquanto está no Poder, ocupar a presidência do partido, pois do contrário, em um futuro bem próximo, poderá passar por situações complicadas se não tiver o devido cuidado, pois poderá perder o seu poder barganha junto aos partidos e ficar sozinho no ostracismo político, o que seria uma lastimável.
Com política e com os políticos não se brinca. Ao concluir, socorro-me das palavras ditas pelo próprio deputado Adriano Galdino na semana passada a imprensa paraibana quando alertou o governador João Azevedo: “O mundo da política é cruel, muitas vezes desumano e ingrato”. Quem avisa amigo é! E Quem viver, verá!
Fonte: polêmica paraíba
Créditos: polêmica paraíba
