O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC concordou com as críticas recentes de Lula sobre o carro popular “não poder custar R$ 90 mil”. E resolveu ajudar o Presidente da República a efetivamente trazer de volta um veículo mais acessível à população de menor poder aquisitivo.
Moisés Selerges, presidente do órgão, foi a Brasília acompanhado dos diretores Wellington Messias Damasceno e Aroaldo Oliveira da Silva. Juntos, entregaram a Lula o “Estudo Setorial Automotivo: caminhões, ônibus e automóveis”.
O documento, que foi produzido com a ajuda do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é uma espécie de carta. Nela, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC lista itens considerados importantes para efetivamente “ressuscitar” o carro popular no Brasil.
Os dois pontos principais dizem respeito ao preço máximo que esse tipo de veículo deve ter e ao aumento do prazo para o consumidor quitar a dívida. De acordo com o estudo, os carros populares deveriam custar “em torno de R$ 50 mil” e serem oferecidos por meio de linhas de crédito de 60 a 72 meses (5 a 6 anos).
“Agora é necessário que a taxa básica de juros baixe para que haja acesso a financiamentos mais baratos. O Banco Central tem que ter responsabilidade com os empregos e os trabalhadores, essa é uma de suas finalidades. É abusivo e inaceitável o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manter a taxa em 13,75% ao ano”, opinou Selerges, presidente do sindicato.
Carro popular “mais nacional”
Além das sugestões de ampliação do prazo para pagamento e redução drástica do preço do carro popular, o documento escrito em conjunto pelo SMABC e pelo Dieese ressaltou a necessidade de uma nacionalização maior na produção dos veículos.
Uma das propostas do documento diz, textualmente, que o governo deve “incentivar a produção de veículos que considerem grau de nacionalização e quantidade”. Segundo Selerge, se os componentes dos carros populares forem fabricados no Brasil, será “bom para os pobres e para o Brasil como um todo”.
“O carro ‘impopular’ é a nova realidade, cada vez mais caro e longe do poder aquisitivo da população, além do crédito cada vez mais restrito. Portanto, o modelo automotivo atual é insustentável”, diz parte do texto.
Fonte: canal tech
Créditos: canal tech