Não se repõe o tempo

foto

Arimatea Souza

Em ebulição
A visita de Ricardo Coutinho à cidade de Pocinhos, na sexta-feira, demonstrou que a campanha política do ano passado permanece viva e dividindo o eleitorado local.

Apelo público
Foram tantas as vaias direcionadas às lideranças maiores na cidade – prefeito Cláudio Chaves e deputado Adriano Galdino -, que o cerimonial do governo do Estado pediu “comedimento na emoção” à maioria dos presentes.

Intermediação
“Vamos relaxar um pouco”, clamou de viva voz o próprio governador.

Da boca de…
“… Não quero emprego, não quero nada. Apenas ações para os meus municípios…” (deputado Carlos Dunga, PTB, na Assembleia Legislativa).

No Sertão
O governador de Pernambuco (e presidenciável) Eduardo Campos (PSB) agendou para os próximos dias uma visita à cidade de Cajazeiras, para participar de um debate sobre as adversidades do semiárido nordestino.

Nada muda
O jornal O Globo (RJ) ratificou uma informação veiculada há várias semanas em APARTE: o ministro das Cidades, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP), vai disputar a reeleição em 2014.

O detalhe
O citado jornal mapeou a situação eleitoral dos 10 ministros do Governo Dilma que deverão concorrer às próximas eleições.

Rescaldo
A última semana chegou ao fim deixando no ar uma discussão que se arrasta há muitos anos: como regulamentar o direito de greve no âmbito do serviço público?

Prolongamento
São dois meses de paralisação na UEPB e um período quase idêntico na rede municipal de ensino de Campina Grande.

Vagando há décadas
A falta de regulamentação para o exercício do direito de greve no âmbito do serviço público é uma lacuna que se arrasta desde a promulgação da Constituição cidadã, em 1988.

´Torniquetes´
De lá para cá, o que o Judiciário tem feito é aplicar, por analogia e onde couber, as regras colocadas em prática na iniciativa privada.

Omissão
É aquela velha história já habitual no Brasil: o Legislativo não elabora as leis e o Judiciário acaba sendo chamado para arbitrar o que inexiste ou é obscuro.

Inadiável
Quero hoje aprofundar a questão do hiato de tempo desperdiçado para a resolução desses conflitos já tão comuns no serviço público.

Rapidez
É necessária mais ação (e iniciativa) do poder público, do Ministério Público, dos alunos e de seus responsáveis, como também da imprensa, para que as greves não se arrastem por longos períodos, convergindo conveniências de cada lado, numa espécie de ´cumplicidade velada´.

Contemplativo
O executivo hesita em pedir a ilegalidade da greve para não se queimar perante uma categoria funcional.

Sem riscos
Os grevistas se acomodam e boa parte deles transforma greve em férias, até porque delegam tudo aos lideres da categoria e não sofrem penalização nos contracheques.

Passivos
Os alunos também evitam se confrontar com os docentes que os avaliarão oportunamente em sala de aula.

A toque de caixa
O fato é que a prometida reposição do conteúdo que deixa de ser ministrado no período da paralisação só ocorre parcial e sofrivelmente, com danos irreparáveis na área educacional, já naturalmente deficiente no setor público.

Afogadilho
O que se observa normalmente é um faz-de-conta na reposição das aulas perdidas e a programação de uma imensa lista de atividades – fora da sala de aula – para a compensação da carga horária mínima e da aferição do aprendizado não realizada através do calendário regular de provas.

Sem ilações
Não se extraia dessa reflexão qualquer cerceamento ou ataque ao direito de greve no funcionalismo público.
Respeito à cidadania

O que proponho é o estabelecimento de mecanismos legais para que a medição de força entre servidores e o poder público seja arbitrada com maior rapidez, como forma de não prejudicar o cidadão/contribuinte que paga uma pesada carga tributária e precisa, pelo menos, da regular contrapartida em termos de serviços essenciais, até porque o estágio de se cobrar qualidade é uma etapa ainda longe de ser plenamente atingida na esfera pública.
Não há serviço público sem a receita oriunda da sociedade. Igualmente, não há profissional dedicado sem remuneração compatível e sem expectativa de ascensão funcional.
Mas é indispensável respeitar Sua Excelência o cidadão!


Como anda a inadimplência do programa Minha Casa/Minha vida?…