O Brasil terá um museu da Cannabis. Ele abre as portas na próxima segunda-feira, 24, em um casarão do século passado, no centro de João Pessoa, capital da Paraíba. O local foi montado com o objetivo de reunir a história da planta e os avanços medicinais dos últimos anos, que estão levando a uma mudança de paradigma.
O Museu Brasileiro da Cannabis inaugura com uma série de retratos de pessoas que fizeram a diferença no desenvolvimento científico e na luta pelo direito ao tratamento. Entre elas, diz esta matéria publicada pela Folha, o pesquisador Elisaldo Carlini, pioneiro nos estudos do potencial terapêutico da planta no Brasil, que faleceu há pouco mais de dois anos. Médico e professor de Universidade Federal de Medicina de São Paulo, ele é reconhecido pelos primeiros estudos que comprovam a eficácia da Cannabis no controle dos sintomas da epilepsia.
Ali também haverá, por exemplo, o retrato de Anny Fischer, a primeira paciente a obter a autorização da Justiça para importar o óleo de CBD, em 2014, por este ser o único medicamento a interromper as convulsões decorrentes da epilepsia.
Dois anos antes, a menina foi diagnosticada com deficiência do CDKL, gene localizado no cromossomo X responsável pela produção de uma proteína fundamental para o desenvolvimento do cérebro.
No segundo andar da casa, pretendemos ter duas salas com produções audiovisuais”, conta Cassiano Gomes, mentor do museu, além de diretor da Abrace Esperança e da Unacam (União Nacional das Associações de Cannabis Medicinal). “Uma das salas será toda preta. Ao entrar, haverá fumaça e barulho de tiro. Então começa a apresentação sobre as mortes e prisões decorrentes da guerra as drogas.”
Uma segunda sala, toda branca, segundo Gomes, reúne o depoimento de mães de pacientes, que mostram como a Cannabis medicinal mudou a vida de muitas famílias. Para a montagem do museu foram gastos R$ 80 mil.
A inauguração, no entanto, faz parte de um evento maior, a primeira Semana de Integração das Associações de Acesso à Cannabis, que vai de 24 a 29 de abril. “O Brasil já tem cerca de 254 associações de pacientes”, conta Gomes. Apenas 11 possuem algum tipo de autorização da Justiça para funcionarem.
Com organização da Unacam, durante cinco dias, serão administrados cursos de capacitação de cultivo, jurídico, de registro de documentos e de gestão de software. Na quinta-feira (27), está programada a marcha da maconha, contra a lei que proíbe esse tipo de manifestação. O concentração sai do Hotel Nord Luxxor Cabo Branco, às 7h30.
Fonte: T5
Créditos: Polêmica Paraíba