Da Vila Olímpica à Neymar!

Que pena ! voce estragou tudo isso ! estragou dizendo palavras que não devem sair da boca de ninguém, principalmente se esse alguem for uma pessoa pública. Uma forma nojenta de preconceito, quando hoje a idéia quase que geral é terminar com ele. As redes sociais de quem você é um “habituée” lutam diariamente para acabar com este nocivo e principal mal da humanidade.

Como é que você faz isso ? o quê voce queria ? que os jogadores do Flamengo do Piauí deixassem voce jogar á vontade ? voce queria fazer 10 gols, colocar a bola no pescoço, “deitar e rolar”, e depois ganhar o premio de autor do gol mais bonito do ano ? ora, tenha juízo que ainda é tempo. O futebol é de todos, sejam eles do Oiapoque ou do Chuí, de Dourados ou de Ilhéus.

No ano que vem teremos Copa do Mundo e seus gols, que certamente surgirão, receberão aplausos dos nossos mais de 8 milhões de kilometros quadrados. Fogos espoucarão desde a floresta amazônica aos pampas gauchos. por quê voce fez isso ? o que levou voce a fazer uma comparação que nem ao menos tem embasamento para fazê-la.

No dia 15 de Novembro de 1969, este Estado viveu uma grande alegria com a presença de seu time aqui na Capital, voce sabe disso ? no seu time jogava um homem com a camisa 10 que foi eleito o maior atleta do século, reconhecido por mais de 200 países deste mundo como a unica pessoa capaz de apaziguar guerras e conflitos, fato que foi comprovado pela história.

Muitos que hoje são adultos e eram crianças na época, lembram-se de estar no Estádio da Vila Olímpica com o radinho de pilha nos ouvidos acompanhando aquele dia histórico em que nesta cidade aconteceu o milésimo gol do Rei. Voce não sabe, mas o milésimo foi aqui, houve um erro de contagem e os “louros” ficaram para o Maracanã, apenas por uma questão estratégica.

Viu o que voce fez ? estragou tudo…voce chamou 50 milhões de pessoas de “paraíbas” e ” mortos de fome” imagino que por ingenuidade, não penso em maldade. Sua adjetivação foi perniciosa, arrogante e extremamente pejorativa. Os que aqui morrem de fome são os mesmos que morrem de fome em São Vicente ou Vicente de Carvalho, de onde voce veio, infelizmente. O País ainda não decolou verdadeiramente.

Aqui nós temos, pernambucanos, baianos, potiguares, alagoanos, sergipanos, piauienses, maranhenses, cearenses e paraibanos. Nós não temos “paraíbas”. O que são “paraíbas” ? eu gostaria que me explicasse. Em que sentido e conotação usou esta expressão ? talvez eu nunca fique sabendo, pois já apareceu o tradicional desmentido de que nada foi dito.

Para não me alongar mais e ser repetitivo, vou lhe dar e, por favor, aceite se assim desejar alguns conselhos: humildade é o combustível de formação dos grandes reis e gênios da humanidade, respeito é a mola-mestra que rege os caminhos da vida, e educação não necessita de colégios, faculdades e universidades. Com este triunvirato de qualidades tenho certeza sua vida será bem melhor.

Aproveite bem o seu tempo de sucesso, gaste a sua fortuna com saúde, coma lagosta, caviar e filet-mignon, mas lembre-se que nada na vida acontece por acaso, absolutamente nada. Nem o fato de aqui na Paraíba terem nascido pessoas como por exemplo: Augusto dos Anjos, Epitacio Pessoa, José Lins do Rego, Ariano Suassuna, Geraldo Vandré, Jackson do Pandeiro… tantos que não caberia aqui. Acho que voce não sabe nem do que se trata o que estou escrevendo…

Que pena ! voce estragou tudo ! saudade daquela tarde em que o futebol marcou história dentro do campo, e que as palavras proferidas são de recordação e de bons momentos. Não deveria ser assim, e não será titulo de “persona-non-grata” que apagará a mágoa. É muito mais extenso do que isso. Detalhe que tenho certeza que voce também não sabe… eu vivi minha vida toda em São Paulo, sou paulistano, não escrevo por regionalismo, mas pela razão.

Bruno Filho, jornalista e radialista, como é difícil manter um “elefante numa loja de cristais” !