Janduhy oficializa afastamento da Assembléia

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Nonato Guedes

O deputado estadual Janduhy Carneiro, ainda filiado ao Partido Ecológico Nacional, decidiu oficializar seu afastamento das atividades parlamentares até o próximo dia seis de maio, alegando problemas de saúde. O parlamentar justificou que a pretensão requerida, que não deverá ultrapassar 15 dias, é necessária para que ele se submeta a uma série de exames médicos para investigar problemas que vem enfrentando. Janduhy descartou a hipótese de se ausentar por mais de 120 dias, o que abriria vaga para Monaci Marques, do PPS, suplente, assumir a titularidade do mandato. Carneiro é o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante do Legislativo paraibano.

Ele confessou que nos últimos dias vem se debatendo com problemas cardíacos e respiratórios, além de picos elevados da pressão arterial, o que levou seu médico, além da requisição de vários exames, a aconselhar repouso absoluto. O parlamentar disse que está impossibilitado até de conceder entrevistas porque sente cansaço quando fala. Como a licença requerida é de pouca duração, não há obrigatoriedade de protocolar pedido de licença, de acordo com o que reza o regimento interno. “Se tudo ocorrer dentro das expectativas, estarei retornando ao trabalho no dia seis, cumprindo apenas o prazo de licença médica usual, estipulado em cerca de quinze dias”, relatou.

Por outro lado, o presidente da Assembléia, Ricardo Marcelo, que também dirige o PEN, informou que a audiência com a bancada de deputados para discutir unidade de posições ainda não foi realizada mas que respeitará a decisão de cada parlamentar, e salientou que quem quiser sair do partido poderá fazê-lo sem sofrer prejuízos quanto ao exercício do mandato. No seu ponto de vista, a legenda deve continuar mantendo postura de independência, engajando-se de forma decidida apenas nas questões mais urgentes que afligem a população da Paraíba. O encontro deverá ocorrer brevemente, diante da cobrança de alguns integrantes para unificação de linguagem e de atitudes. “Sabemos que o PEN é um partido grande, que abarca ideias heterogêneas, e procuraremos conciliar as correntes de opinião internas. Enfatizo, apenas, que não sairei do PEN, que me atrai bastante devido ao seu conteúdo programático, focado na sustentabilidade, daí a iniciativa que tomamos de idealizar a Caravana da Seca, que mobilizou a sociedade e representantes da classe política”, adiantou.

Ricardo Marcelo historiou que desde a criação da legenda, o PEN congregou deputados de duas bancadas na ALPB e o desafio maior foi o de assegurar a independência. “Desde o início, traçamos uma linha independente. Se for bom para o governo, votamos a favor, se for contrário aos interesses do Estado e do povo da Paraíba, votaremos pela rejeição”, explicou, referindo-se a matérias encaminhadas pelo Poder Executivo. E prosseguiu: “O que desejamos é construir uma democracia plena. Não vou atrapalhar os planos de nenhum filiado nem tentarei impedir a saída de quem quer que seja. Sou uma pessoa de espírito tranqüilo, não sou de emperrar o desenvolvimento de alguém, de região ou do Estado”, deixou claro.

Em paralelo, o presidente da Assembléia e do PEN descartou a possibilidade de vir a assumir uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado, como chegou a ser especulado. Garantiu que não tem essa ambição e que seu projeto é o de continuar exercendo até o fim o mandato de presidente da Assembléia, onde se realiza pela dinâmica administrativa que está empreendendo e pela concretização da agenda positiva em torno dos problemas de interesse da Paraíba, mediante realização de Seminários e de discussões com os diferentes segmentos da comunidade. “Tenho plena consciência da responsabilidade social de que deve ser imbuído o mandato parlamentar, e procuro corresponder a esse desideratum”, acentuou Ricardo Marcelo.