Opinião

Empréstimo de Trezentos Milhões: Campina Grande está quebrada? - Por Gildo Araújo

Quando se fala em empréstimo, a primeira sensação que se tem é de que alguém está precisando de dinheiro para uma situação de emergência pela qual não está podendo resolver com os recursos que se tem, isso vale para uma pessoa física ou uma pessoa jurídica, no caso específico, a Prefeitura de Campina Grande.

Foto: Internet

Quando se fala em empréstimo, a primeira sensação que se tem é de que alguém está precisando de dinheiro para uma situação de emergência pela qual não está podendo resolver com os recursos que se tem, isso vale para uma pessoa física ou uma pessoa jurídica, no caso específico, a Prefeitura de Campina Grande.

Mas o que realmente está acontecendo com a gestão de Bruno Cunha Lima na cidade de Campina Grande? Tem algo muito estranho rodeando a Rainha da Borborema. Aparentemente, já não é aquela Campina cantada e decantada até por Jackson do Pandeiro quando, em grandes eventos, exaltava a pujança e o protagonismo do desenvolvimento da bela cidade. Inclusive, em uma delas, Jackson diz: “Alô, alô minha Campina Grande, quem te viu e quem te vê, não te conhece mais, Campina Grande tá bonita, tá mudada, muito bem organizada e cheia de cartaz”. Toda essa alusão de Jackson do Pandeiro retrata bem o quanto crescia, pois é uma terra de povo bairrista e que tem um amor incomensurável pelo lugar que nela vive. Porém, é fatídico observar que todo aquele apogeu vivido desde os bravos “Tropeiros da Borborema” parece que começa a ficar para trás.

Hoje, o que se vê é uma cidade com aspecto de decadência, basta observar o que está acontecendo na estrutura de saúde do município, com diversos apagões em hospitais que até pouco tempo era considerado de referência, como o Elpídio de Almeida.

O atual prefeito Bruno Cunha Lima já usou diversas vezes os meios de comunicação para anunciar que iria concluir o hospital da criança e até agora nada.

Ainda na semana passada, segundo a própria imprensa campinense, uma decisão da Desembargadora Maria de Fátima Bezerra determinou a desocupação do Posto de Saúde denominada Bonald Filho, localizado no Bairro Monte Santo, o que caracteriza mais um vexame da gestão campinense, isso sem falar nos bloqueios de contas da Prefeitura por parte do Tribunal de Contas do Estado (TCE), recentemente, o que na opinião de especialistas, foi um descuido por parte da gestão.

Como se não bastasse, ainda veio o caso Braiscompany que de forma direta tem atingido em cheio a economia da cidade, pois onde quer que se ande, só se escuta choradeira de pessoas que investiram seu dinheiro e que hoje se sentem frustradas e revoltadas, pois muitos perderam tudo o que possuíam e não vê mais perspectivas de retorno.

Para completar toda essa situação que Campina Grande vem vivendo, na semana passada o prefeito Bruno Cunha Lima veio a público anunciar que deverá fazer um empréstimo no valor estimado de U$ 60 milhões de dólares, equivalente a aproximadamente R$ 300 milhões de reais. As perguntas que não querem calar são: “Será que Campina Grande está quebrada? Por que é que só agora, faltando praticamente um ano e meio para o fim de mandato, o prefeito Bruno Cunha Lima vem solicitar esse empréstimo? E os recursos que estão chegando aos cofres da Prefeitura não estão sendo suficientes? Um orçamento de 1,6 bilhão, fora as emendas parlamentares de deputados e senadores, e ainda os investimentos do governo da Paraíba para Campina Grande, ainda não está sendo suficientes para a gestão? Será que este empréstimo não irá comprometer as futuras gestões? ”.

Sem querer ser redundante, mas para chamar atenção do que está sendo discorrido, observa-se na prática que quando se pede dinheiro emprestado é porque os recursos disponíveis não estão dando para honrar os compromissos assumidos, e sem sombra de dúvidas, em algum momento irá comprometer o andamento normal das ações.

Por fim, politicamente falando, vemos que essa aproximação de Bruno Cunha Lima com Veneziano, e o desespero de querer uma audiência com o presidente Lula, seu antigo adversário político, tem um viés de preocupação, pois nota-se um clima de angústia de quem talvez não esteja encontrando solução para os problemas enfrentados e os que ainda poderão vir.

Todo esse aspecto de aflição administrativa começa a atingir a questão política, já que essa demonstração de ansiedade administrativa, proporciona ao grupo do governador João Azevedo um momento de reação e demonstração de força de seu agrupamento político em Campina Grande.

O prefeito Bruno Cunha Lima precisa urgentemente superar essa fase, pois o tempo para a concretização de projetos prometidos na eleição de 2020 vai ficando na utopia dado o exíguo tempo que ainda resta, o que é bastante lamentável.

Ao que parece, o maior opositor do prefeito Bruno é ele próprio, pois, mesmo parecendo ter boas intenções, demonstra muita fragilidade na condução de sua gestão, e que paulatinamente vai perdendo suas forças para mudar algumas peças de sua administração, os quais estão lhe prejudicando, e assim, vai dando fôlego para o fortalecimento das oposições que virão fortíssimas nas eleições do próximo ano, principalmente, se houver uma união entre os Ribeiros com o grupo do deputado Damião Feliciano, Adriano Galdino, Inácio Falcão e o Partido dos Trabalhadores.

Quem viver, verá´!

Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba