O relógio da marca Chopard que faz parte do conjunto de joias recebidas ilegalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro custa nada menos que R$ 800 mil. O modelo, conhecido como L.U.C. Tourbillon Qualité Fleurier Fairmined, teve apenas 25 unidades produzidas pela companhia suíça.
Com sua caixa de ouro maciço e fundo em safira, o relógio custa o equivalente a carros de luxo como uma Lamborghini, uma Ferrari ou um Porsche. O item é equipado com uma pulseira de crocodilo costurada à mão e o fecho e fivela também em ouro.
O relógio faz parte do segundo pacote que o regime da Arábia Saudita enviou para Bolsonaro e que inclui, ainda, uma caneta, anel, abotoaduras e um rosário em ouro. Pelo conjunto dos itens, a estimativa é de que o kit se aproxime facilmente de R$ 1 milhão.
Inicialmente, a reportagem chegou a estimar que o conjunto poderia custar pelo menos R$ 400 mil, a partir de imagens de itens similares vendidos pela Chopard. Com a informação de detalhes do modelo do relógio divulgada hoje, porém, foi possível averiguar o preço, ao menos do relógio, com mais exatidão.
A existência deste segundo pacote foi revelada pelo Estadão, em entrevista realizada com o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. À reportagem, Albuquerque disse, em 3 de março, que abriu o segundo pacote quando chegou em Brasília, depois de ter o primeiro conjunto de diamantes – este estimado em cerca de R$ 16,5 milhões – retido pelos auditores da Receita Federal, no aeroporto de Guarulhos.
“Esses pacotes foram distribuídos nas malas. Uma ficou com o [assessor e membro da comitiva] Marco Soeiro, a outra eu não sei com qual membro da comitiva”, disse Albuquerque, afirmando que não tinha conhecimento do conteúdo das caixas.
“Quando nós chegamos em Brasília, nós abrimos o outro pacote, que tinha relógio… era uma caixa de relógio… não sei se… tinham mais algumas coisas, e era um presente”, comentou.
O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno entregou nesta sexta-feira, 24, o segundo conjunto de joias que foi recebido ilegalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Bueno levou o conjunto para uma agência da Caixa, localizado na Asa Sul, região central de Brasília, seguindo determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A caixa de joias entrou no País com a comitiva do governo Bolsonaro em outubro de 2021, sem ser declarada à Receita Federal.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Terra