Após a Fiji Solutions atrasar saques de clientes, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) deu um prazo de 72 horas para que as aplicações de clientes sejam devolvidas. Essa é mais uma empresa paraibana de Campina Grande de criptoativos que está sob os holofotes depois do escândalo de atrasos de pagamentos na Braiscompany. O procedimento contra a Fiji foi instaurado pelo MPPB na última quarta-feira (15) para acompanhar a suspeita de crise na empresa devido aos atrasos no repasse dos pagamentos aos clientes.
O promotor Sócrates Agra sobre a FIJI Solutions, informou na tarde desta quinta-feira que se o dono da empresa, Bueno Aires, não efetuasse o pagamento aos clientes ainda hoje, como prometido, deverá ser acionado por crimes na esfera cível e criminal. O pagamento não foi efetuado e o promotor Sócrates Agra marcou para esta sexta-feira (23), no MP de Campina Grande, uma aduiência com o dono da empresa e os sócios , Breno Azevêdo diretor financeiro da empresa, e a diretora executiva, Emilene Marilia Lima, com seus respectivos advogados, foram intimados, para procurar entender esse entrave na transferência de valores e verificar a existência dos valores na conta da Kucoin.
Em entrevista a reportagem do Polêmica Paraíba, o promotor revelou que será requisitado a existência dos ativos, “irei requisitar ao responsável pelos pagamentos aonde se encontra os fundos para fins de validação na blockhain da veracidade”. Outros encaminhamentos também devem ser realizados em decorência do resultado da audiência.
O caso
Segundo o MP, durante o depoimento inicial, um dos sócios ratificou que estaria com problemas técnicos para autorizar repasses aos clientes, mas apresentou documentação que comprovaria que a empresa dispõe de fundos e liquidez para saldar os compromissos com os investidores.
“Recomendamos que a empresa empreenda – por todos os meios legais necessários – todas as tratativas junto à Kucoin para solução da demanda existente e pagamento aos clientes, no prazo de 72 horas, e que comprove, ao Ministério Público, todos os atos realizados para solução da problemática existente, e que apresente cópia dos documentos pessoais dos sócios da empresa (Identidade, CPF e Passaporte). Continuaremos acompanhando essa e outras situações envolvendo empresas de criptomoedas atuando na região a fim de garantir, no que couber ao Ministério Público, os direitos dos consumidores”, explicou Sócrates Agra.
Os sócios da empresa também foram advertidos de que, na hipótese de não atendimento ao que foi recomendado, o MP-Procon poderia adotar providências administrativas e judiciais cabíveis, entre elas o ajuizamento de ação civil pública contra diretores e administradores, aplicação de multas (Art. 56, I, CDC) e interdição das atividades do estabelecimento.
O novo caso ocorre na esteira de outro escândalo: o da Braiscompany, suspeita de irregularidades no repasse de aluguel de criptoativos a milhares de investidores. Os proprietários da empresa, Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos são considerados foragidos.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba