A criadora de conteúdo digital Vanessa dos Anjos é mais uma das vítimas da Xland, empresa de criptomoedas com filial em Rio Branco, Acre, acusada de aplicar um golpe milionário em jogadores do Palmeiras. Após a reportagem exibida no Fantástico, Rede Globo, no último domingo (12), investidores locais, que esperavam a devolução do dinheiro, se viram em um golpe.
Vanessa vendeu o carro e aplicou R$ 30 mil em 2022, a criadora de conteúdo digital foi apresentada à XLand por um amigo que investia na empresa.
Durante quatro meses, Vanessa recebeu cerca de R$ 1,5 mil por mês. Depois, o marido recebeu dívidas trabalhistas e ela fez um empréstimo. Com isto, o casal colocou mais R$ 80 mil.
A partir de então, notaram que os pagamentos dos dividendos começaram a atrasar e o valor, a diminuir. Como a empresa não cumpriu o que prometeu, Vanessa pediu para resgatar todo o dinheiro investido. Ela conta que até então só conseguiu reaver 14 mil reais divididos em várias parcelas. Em um print, ela perguntou a Jean, que é um dos sócios da empresa, sobre o que estaria acontecendo.
Primeiro, ele diz que está a frente da execução do seguro para ressarcir os clientes. Logo depois, afirma que quem está diretamente com “eles” é Gabriel, o dono da empresa, e que está focado em outra saída para resolver a situação.
“Eles nos apresentam tudo da empresa juridicamente, é tudo apresentado, a questão de seguro. A forma como eles falam, ‘vai ser feito o pagamento, realmente temos um seguro, vamos repassar para vocês’, porém essa data não chega”, disse.
A empresa de criptomoedas funciona em um prédio localizado na Avenida Nações Unidas, na capital, e está aberta para receber clientes. Ela foi alvo de investigação do Ministério Público do Acre (MP-AC) por suspeita de ser uma pirâmide financeira.
O MP disse que a empresa usa o esquema de Ponzi, que trata-se de uma operação de investimento que envolve a promessa de pagamento de rendimentos exorbitantes e lucros atrativos aos investidores à custa do dinheiro pago pelos investidores que chegarem posteriormente, em vez da receita gerada por qualquer negócio real.
Vanessa diz que ainda não denunciou porque tentava negociar de alguma forma. Falou ainda que ainda não acredita que caiu em golpe.
O que diz a XLand
Em nota, os sócios da XLand afirmam que estão à disposição para cooperar com todas as autoridades, bem como para esclarecer todas as dúvidas em relação aos procedimentos jurídicos que serão adotados para honrar com os créditos de seus clientes.
Golpe milionário
Mayke Rocha Oliveira, jogador do Palmeiras, e Gustavo Scarpa e Willian Gomes de Siqueira (conhecido como “Willian Bigode”), ex-jogadores do clube, alegam ter perdido milhões de reais em uma empresa de criptomoedas que oferecia rendimentos de até 5% ao mês.
Em processos que a reportagem do InfoMoney teve acesso, Mayke e Scarpa dizem ter investido os valores milionários na Xland Gestora de Investimentos, com operações no Acre e em Brasília. No momento de pedir os saques, no entanto, a companhia não teria devolvido o dinheiro.
Em ação que corre na 14ª Vara Cível de São Paulo, Mayke pede a devolução de R$ 4,3 milhões, mais um suposto lucro de R$ 3,2 milhões; já Scarpa, em processo na 10ª Vara Cível, quer o reembolso de R$ 6,3 milhões. O advogado que representa os atletas foi contatado pela reportagem, mas não enviou resposta até o fechamento deste texto.
Em seu site, a Xland afirma ser uma exchange especializada na gestão de criptoativos por meio de contratos de aluguel. A empresa — fundada em 2019, segundo dados da Receita Federal — tem um modelo de negócio semelhante à Rental Coins, do “Sheik das Criptomoedas”, preso no final do ano passado, e à Braiscompany, suspeita de pirâmide.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba com G1