Bruno Filho
Uma das coisas que mais me remete ao mêdo e desespero é o terrorismo. Convivi numa época em que esta palavra era muito falada, quase que minuto a minuto e viviamos sob um clima de intranquilidade, sempre com olhos bem abertos e preocupados com o futuro de nossa família. Só que dentro desse clima tinha também uma lógica, que ao menos deveria ser racional.
Qualquer tipo de violencia é abominável, principalmente aquela que é feita ás escuras, sob a égide da emboscada, quando as pessoas são surpreendidas sem ao menos terem a possibilidade de defesa. Por esse motivo que a humanidade teve em sua história casos de guerras mal resolvidas, derrotas acachapantes e inesperadas de muitos “Golias” contra pequenos “Davis”.
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Exemplo mais claro e límpido, a derrota ocorrida no Vietnam, uma guerra sangrenta que durou quase uma década e não levou a nada, saiu do vazio para lugar nenhum ceifando vidas de ambos os lados. Poderíamos citar outros exemplos, como Iraque, Afganistão e por aí vai…ao longo destes séculos todos, quanto mais escondido se agia, mais trabalho se dava aos grandes.
Quanto tempo foi preciso para acabar com a pirataria dos mares ? quantos navios dos intocáveis ingleses foram destruidos até que se controlasse o impeto desses saqueadores dos mares que agiam nas madrugadas e com a faca nos dentes. Muito bem , já deu para entender aonde quero chegar e vou tentar ser sucinto ao extremo para que isso aconteça.
Nesta semana tivemos um atentado na Maratona de Boston, que deixou muitos feridos e algumas pessoas mortas inclusive uma criança. Isto posto, vamos as atitudes tomadas pelos “irreprensíveis” donos do mundo. Colocaram em campo 9.000 policiais para perseguir uma dupla de irmãos da Chechênia, inimiga declarada da pseudo-democracia.
Curioso que sejam desta nacionalidade, ou não ? se não fossem, poderiam ser coreranos do norte quem sabe, pois os árabes estão um pouco “batidos” não é verdade ? Poderiam ser cubanos, venezuelanos ou até os ex-inimigos vietnamistas. Não quero afirmar que não tenham sido os rapazes da antiga União Soviética, mas não há provas, nem contra o que já morreu, e nem contra o que ainda vai morrer.
É uma satisfação à população…que patriota ao extremo engole este sapo. A mesma população que vê a cada ano, centenas de jovens mortos em escolas, em massacres extraordinários com metralhadoras e fuzis, estraçalhando crianças e professores e já vimos muitas. Mas neste caso, a resposta é sempre a doença, o transtorno. Os deles são sempre doentes, os outros são assassinos.
E nestas mãos está o destino do mundo e da mídia que passa 90% de seu tempo dando crédito a uma perseguição de um dinossauro contra uma pulga. Nós engolimos tudo isso, mas Bin Laden que é bom só pegaram porque o barbudo infernal foi denunciado por uma de suas mulheres, senão até hoje estaria nas cavernas escondido.
Não sei se os dois rapazes foram os responsáveis pelas panelas de pressão entupidas de pregos e bolas de ferro. Se foram, que sejam punidos, aliás um deles já morreu. Agora se não há provas, é muita coverdia. Não sei se aquele rapaz magrinho de 19 anos merece a perseguição de milhares de policiais e até da intervenção de naves estelares. Tomara que eu esteja enganado.
Bruno Filho, jornalista e radialista, que tem aversão por política-teratral.
