Com o tema “O destino de uma mulher é ser mulher”, frase da escritora Clarice Lispector, a Universidade Federal da Paraíba deu início, na manhã desta terça-feira (07, à Semana da Mulher UFPB, que segue até o dia 10 de março com palestras, ações de saúde e oferta de procedimentos estéticos voltados para alunas e servidoras da Universidade. A programação está disponível no site do Centro de Referência em Atenção à Saúde (CRAS/UFPB).
A mesa de abertura do evento contou com a presença da Vice-reitora da UFPB, Liana Filgueira, da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas Rita de Cássia, do Pró-reitor de Assistência e Promoção ao Estudante Alfredo Rangel, da Diretora do Centro de Referência em Atenção à Saúde (CRAS/UFPB), Simone Helena, e do Coordenador de Qualidade de Vida e Saúde e Segurança do Trabalho da Progep, Franklin Eduardo Júnior.
A Pró-reitora de Gestão de Pessoas agradeceu a contribuição de todos os servidores que trabalharam na organização do evento e destacou a importância da gestão superior da Universidade ter em sua composição muitas mulheres, sendo três pró-reitoras e uma vice-reitora, o que privilegia o espaço feminino com liberdade e autonomia para as ações das gestoras.
“Queria pontuar isso porque o exercício de cargos de gestão por mulheres é algo ainda muito limitado, se observamos organizações privadas a gente vai ver que o percentual é muito menor, e aqui na gestão superior atual quase 50% da composição é de mulheres. A gente espera que isso se repita em outros níveis da Universidade, que a gente tenha a presença feminina nas equipes, nos grupos, nos comitês, nas coordenações e nas divisões, e queria agradecer a oportunidade de, como mulher, também poder fazer o meu trabalho nesta gestão”, disse a gestora.
Ainda na solenidade de abertura, a Vice-reitora, Liana Filgueira, expressou a alegria em poder falar sobre temáticas femininas com o auditório repleto de alunas e servidoras. Para ela, as conquistas de cada mulher impulsionam as demais a seguirem, e uma mulher pode ser referencial para outras irem além.
“Nessa coragem de exercer quem a gente é, nossa liberdade de ser mulher, que conseguimos mudar a mentalidade machista de homens e mulheres. Acho importante comemorar o dia da mulher pois é o momento que a gente tem de fazer as pessoas se conscientizarem de seus direitos e deveres. A ideia não é separar os gêneros, é fazer com que todos nós consigamos conviver em harmonia e com respeito. Se a gente respeita, a gente consegue contribuir e dar o que a gente tem como ser humano, que é nosso talento. Que nenhum talento seja sufocado por nenhum tipo de preconceito!”, disse a Vice-reitora.
Após a solenidade de abertura da Semana da Mulher UFPB, teve início a primeira atividade do evento, a mesa-redonda “Assédio e violência contra a mulher: esclarecendo conceitos e discutindo maneiras de enfrentamento”, da qual participarem Lis Lemos, Coordenadora do Comitê de Políticas e prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres (COMU/UFPB), Liliane Oliveira, Coordenadora do Centro de Referência à Mulher da Prefeitura de João Pessoa; Sandra Oliveira Psicóloga do Instituto Candido Vargas; Capitã Nayhara Pereira de Andrade da PM/PB; e a Delegada Amin Oliveira, da Delegacia de Atendimento à Mulher da Zona Norte de João Pessoa. A mediação contou com a contribuição da Profa. Sandra Sousa, do Centro Profissional e Tecnológico Escola Técnica de Saúde (CPT-ETS/UFPB).
Mesa-Redonda
A Coordenadora da Comu, Lis Lemos, deu início à mesa-redonda apresentando ao público as atribuições do Comu, responsável pelo acolhimento, orientação e acompanhamento às mulheres em situação de violência na Universidade, bem como pela busca pela implantação de políticas institucionais de combate à opressão na Universidade.
De acordo com Lis, entre janeiro de 2021 e novembro de 2022, foram atendidas 45 mulheres, em quase 100% dos casos as mulheres foram vítimas de mais de um tipo de violência, dentro ou fora da UFPB, totalizando 174 ocorrências registradas no período. Os maiores índices de violência entre o público da UFPB foram de violência psicológica, ameaça e transfobia. Além de apresentar dados de atendimento, a palestra foi finalizada com uma explicação sobre o fluxo de atendimento às mulheres no Comu e os contatos para atendimento, sendo o perfil de Instagram e o site institucional.
Liliane Oliveira apresentou aos presentes os fluxos de atendimento e possibilidades de acolhimento que as mulheres encontram no Centro de Referência da Mulher de João Pessoa, que conta com uma equipe multidisciplinar composta por assistência social, assistência jurídica, terapia holística e arte educação.
Já Sandra Garcia apresentou o Instituto Cândida Vargas, referência no atendimento às mulheres vítimas de violência sexual, destacando as implicações psicológicas da violência contra as mulheres, como ocorre o acolhimento pela equipe multidisciplinar e ressaltando a importância da mulher buscar ajuda nas primeiras 72h após o crime, para evitar gravidez e infecção por doenças sexualmente transmissíveis.
A Capitã Nayhara Andrade apresentou a atuação da Polícia Militar no estado da Paraíba no combate à violência contra a mulher, dando como exemplo a atuação da patrulha Maria da Penha, referência nacional no monitoramento e proteção às mulheres com medida protetiva contra homens agressores. Segundo Nayhara, em 2022 houve uma diminuição no índice de violência contra mulher na Paraíba, no entanto, para ela ainda são necessários vários avanços para manutenção da condição e humanidade da mulher.
A delegada Amin Oliveira, que atua há 17 anos na proteção à mulher, destacou que o papel da Delegacia é trabalhar para a quebra do ciclo de violência, a fim de evitar que ocorra o feminicídio. De acordo com a delegada a violência doméstica é democrática, e atinge todos os parâmetros da sociedade. Além de explicar como ocorre o atendimento às mulheres na Delegacia, Amin falou sobre uma importante ferramenta no processo de proteção à mulher vítima de agressão doméstica, um aparelho celular que com acesso a um botão que aciona imediatamente a viatura policial mais próxima à localização da mulher que necessita de ajuda policial, e que é ofertado às vítimas em situações mais vulneráveis.
Ao final da mesa-redonda, as servidoras e alunas puderam realizar inscrição em uma das atividades de saúde e de procedimentos estéticos que serão realizadas na Semana da Mulher, como auriculoterapia terapia com florais, corrente russa, drenagem linfática, radiofrequência facial, massagem, pilates, fisioterapia da dor, corte de cabelo, workshop de maquiagem, limpeza de pele, dentre outras. O evento contou ainda com apresentação do Grupo Folclórico do SESC Paraíba, com música e dança regional.
O evento é realizado pela Progep e CRAS, com a colaboração do Centro de Educação, Centro Profissional e Tecnológico, Centro de Comunicação, Turismo e Artes, Pró-reitoria de Extensão e Prape.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba