Pancadas e tecnologia

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Marcos Tavares

Sou de uma geração criada na desconfiança de tudo que é americano e que nutria pouca simpatia pelos nossos irmãos do Norte, mas às vezes temos de reconhecer a competência dos ianques e seu aparelhamento, principalmente na área policial. Apenas dois dias depois de explodidas as bombas em Boston, a polícia americana já havia identificado os suspeitos do atentado; logo em seguida matou um deles e até o momento persegue ferozmente o outro terrorista, ambos de origem russa. Não deixa de ser um feito de grande envergadura, tudo conseguido a partir de gravações de lojas e particulares.

Ficamos abismados com a eficiência de investigação americana que difere muito da nossa, onde a maioria das confissões são arrancadas na base da pancadaria, do choque e da palmatória, um hábito que nem os reclamos dos torturados no período da ditadura ainda conseguiu acabar. Não nos falta ciência nem equipamento, falta a vontade de aliar a tecnologia ao trabalho policial em vez de confiar unicamente na intuição ou nas confissões arrancadas à força na calada da noite em celas de delegacia.

Os americanos não são anjos e na base de Guantánamo também apelaram para a tortura braba contra os iraquianos suspeitos, mas em seu território conseguem chegar ao criminoso de maneira efetiva e sem brutalidade, como se espera de uma polícia científica. Como nós acabamos por imitar os ianques em tudo, queira Deus que cheguemos a esse patamar de qualidade também e que no Brasil acabem os crimes sem solução ou as confissões arrancadas a pau de arara, o que não enobrece nem a força policial nem nos coloca no rol das nações onde os direitos do cidadão são respeitados.

Punição

A população espera que o juiz arrolado nesse escândalo apurado pela Polícia Federal seja realmente culpado, que as punições não sejam brandas como costumam ser, tais como aposentadoria com vencimentos proporcionais, o que é mais um prêmio que castigo.

Ninguém mais do que um operador do Direito ou um juiz togado deve ter a obrigação de zelar pela Lei que está sob sua guarda, e qualquer prevaricação tem de ser punida com rigor.

É a própria instituição que precisa tirar essa mancha de sua imagem com um rigoroso comportamento que iniba futuras ações semelhantes.

Mais gente

À boca pequena se comenta que existem outras irregularidades gritantes na Justiça paraibana que ainda não teriam sido motivo de investigação.

Ninguém ousa citar nomes ou situações temendo represálias, mas é voz corrente nos meios jurídicos de que brevemente poderemos ter outro escândalo de igual ou maior intensidade.

A caixa preta que é a Justiça mantém-se hermeticamente fechada sem nenhum controle externo a não ser a ação do CNJ, que já detectou problemas no Estado.

Chuvas

O verão foi tão longo na capital que até esqueceram as chuvas. É provável que quando as águas chegarem haja verificação de desabamentos e desastres por ocupação de áreas indevidas.

Cartorial

Ruy Carneiro promete levar à mídia nacional a súbita bondade dos vereadores pessoenses, que dispensaram metade das dívidas dos cartórios com a municipalidade.

Fala-se em muito dinheiro envolvido nessa operação.

Desequilibrado

Segundo a imprensa nacional, a situação fiscal da Paraíba não está assim tão equilibrada como se pretende mostrar.

As despesas com pessoal extrapolariam em muito os limites traçados pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Palanque

Roseane Meira encontrou uma maneira de se manter no palanque.
Ela usa a mídia para fustigar constantemente o prefeito Cartaxo, defender Agra e com isso permanecer em evidência.

Visita

O que vem fazer na Paraíba o ministro Fernando Bezerra além de comer uma boa carne de sol?

Não precisa se deslocar de Brasília a gastar dinheiro para saber que as obras da transposição estão atrasadíssimas.

Fome

Segundo um expert em criação de gado, o milho distribuído pelo governo a preços subsidiados não dá pra alimentar nem uma vaca magra.

É puro jogo de cintura e ação pra inglês ver.

Frases…

Explosiva – Literalmente Boston bombou na rede.

Queimação – Prometeu roubou o fogo e queimou-se com os deuses.

Memória – A primeira separação a gente nunca esquece. E se esquecer, o juiz lembra.