A seca foi pro Brejo

Marcos Tavares

Brejo, como o próprio nome informa, lembra água, charco, pantanal. Mas isso é só no dicionário. Na realidade, o Brejo paraibano está esturricado e a seca é tanta que a estatal de águas, a Cagepa, resolveu interromper em definitivo o fornecimento d’água para Ca cimba de Dentro, Solânea, Bananeiras, Araruna, Tacima e Dona Inês, já que a barragem de Canafístula II está quase no limite de sua capacidade e não mais consegue servir para a captação da água. Sem água nas torneiras, os moradores dessas cidades vão ser abastecidos por caminhões-pipa, uma solução paliativa.

Não se tem notícia de uma estiagem que chegasse com tal intensidade ao Brejo, incluindo Bananeiras e Solânea que de tão aprazíveis são incluídas no roteiro do frio da PB-Tur. Este ano, os apreciadores da garoa vão ter de se contentar com o gotejamento dos caminhões, pois a água na natureza é rara e a inércia de sucessivos governos fez com que acabasse por desabar sobre a região – habitualmente úmida – toda a secura de um verão estorricante.

Deve existir alguma solução para se conviver no Brejo com um fenômeno que é mais típico dos sertões, mesmo porque o subsolo deve ser rico em água que jorrou durante anos de fontes e rios. Mas tudo isso agora são especulações, pois o que antes era brejo hoje é terra seca, inviável para a agricultura, para o pastoreio do gado e, se continuar nessa pisada, brevemente inviável para moradia de homens que dependem da água de um caminhão para viverem.

Caótico

A ação do CRM-PB – muito positiva diga-se de passagem – vai desnudando o Estado de completo caos em que se encontra a saúde pública na Paraíba. O caso mais recente foi o fechamento da UTI do Hospital Regional de Patos que funcionava sem médicos.

Como pode se conceber que pacientes de extrema gravidade, como numa UTI, fiquem sem médicos para um pronto atendimento? É uma demonstração palpável de que estamos entregues à própria sorte ao procurar um hospital público no Estado.

Enquanto isso, os equipamentos hospitalares da capital pagam o alto preço de atenderem toda uma população desesperada.

Cartorial

Como a Câmara Municipal da cidade pode exigir respeito e consideração dos eleitores? Como, se essa mesma Câmara perdoa dívidas milionárias de proprietários de cartórios, dívidas essas que são cobradas judicialmente dos pequenos comerciantes?

Corre um boato sujo de que correu mel para adoçar essa medida que atenta contra o erário público e dispensa um dinheiro que não seria dos vereadores, mas do povo desta cidade.

Qualidade

De suma importância o trabalho do conselheiro e escritor Flávio Sátyro, que entrega outro número da revista Genius.

A cultura paraibana precisa desse tipo de publicação.

Silêncio

Os interessados na cizânia entre Cássio Cunha Lima e o governador Ricardo Coutinho esperaram em vão uma resposta pesada após a demissão de cassistas do segundo escalão.

Veio o silêncio…

Porta

Certo do seu comando, o presidente do PEN, deputado Ricardo Marcelo, vai reunir seus comandados para um ajuste na legenda.

E já avisa: quem discordar use a porta de saída.

Suspeitas

Polícia Federal acordou cedo nesta quinta para examinar relações perigosas entre juízes e advogados na nossa Justiça.

A operação tem o estranho nome de ‘Astringere’.

Deu zebra

Lídia Moura, e não Nonato Bandeira, deve dirigir a nova legenda na Paraíba – fruto da fusão de partidos.
Bandeira perdeu essa batalha.

Fortuna

O JP aqui sempre se destacando. Ganha o prêmio ‘Deusa da Fortuna’, uma homenagem nacional à qualidade do seu trabalho de informação.
O que nos orgulha a todos.

Frases…

Sucessos – Coca, em líquido e em pó são unanimidades mundiais.

Certezas – Meteorologistas, economistas e cartomantes às vezes até acertam.

Etimologia – O que estão fazendo com os palestinos é explicitamente uma judiação.