opinião

Ele voltará? O Ostracismo Político de Ricardo Coutinho - Por Gildo Araújo

“Eu sou apenas um rapaz, latino americano, sem dinheiro no Banco, sem parentes importante e vivo no interior”, assim diz a letra do magnífico e inesquecível poeta, cantor e compositor Belchior. A melodia dessa composição nos remete a um político que até recentemente era o principal protagonista da política paraibana. Estamos falando do ex-governador Ricardo Coutinho, graduado em Farmácia pela UFPB, que mais tarde tornar-se-ia servidor concursado da própria instituição de ensino. Porém, ele tinha nas veias o desejo de um dia entrar na vida pública, pois já fazia parte da militância partidária.

“Eu sou apenas um rapaz, latino americano, sem dinheiro no Banco, sem parentes importante e vivo no interior”, assim diz a letra do magnífico e inesquecível poeta, cantor e compositor Belchior. A melodia dessa composição nos remete a um político que até recentemente era o principal protagonista da política paraibana. Estamos falando do ex-governador Ricardo Coutinho, graduado em Farmácia pela UFPB, que mais tarde tornar-se-ia servidor concursado da própria instituição de ensino. Porém, ele tinha nas veias o desejo de um dia entrar na vida pública, pois já fazia parte da militância partidária.

Ricardo, que no princípio possuía uma vida árdua, pois era filho de uma humilde costureira, ou seja, “não tinha dinheiro no Banco, nem parentes importantes”, nasceu na capital João Pessoa, e trilhava os caminhos de sua trajetória política também pelo interior da Paraíba.

Dono de uma postura invejável, dada a sua firmeza e seus propósitos, além de possuir o dom da eloquência, levou milhares de pessoas a quererem lhe ouvir, pois tratava-se de um homem público probo, corajoso, que inspirava esperança ao povo de que estaria nascendo um grande ícone da política paraibana e quiçá do Brasil, de modo que consideravam que ele se sobreporia aos emblemáticos protagonistas da política da Paraíba como o senador Ruy Carneiro, e os ex-governadores Wilson Braga e José Maranhão.

Seu pragmatismo moral e ético ascendeu-lhe rapidamente ao cargo de vereador em João Pessoa (1993), e já em 1999, foi o deputado mais votado do Estado. Ricardo era realmente um fenômeno, pois vinha “tratorando” todos os políticos tradicionais da época, pois em 2004 foi eleito prefeito de João Pessoa e reeleito em 2008. Daí em diante, os seus adversários começaram a temê-lo, pois viam em Ricardo Coutinho a possibilidade de uma quebra de paradigma da política tradicional, já que ele se apresentava com um formato diferente de se fazer política pública. Todo esse acervo de prestações serviços na capital lhe levou a ser eleito governador da Paraíba em 2010 com o slogan de “Uma nova Paraíba”, tendo sido reeleito em 2014 para o segundo mandato.

Em 2018, ajudou a eleger seu sucessor, o governador João Azevedo e Veneziano Vital do Rêgo para o senado, depois de já ter abdicado a condução de candidatura ao senado ou câmara federal, o que seria naturalmente eleito, talvez tenha sido aí seu grande pecado político.

Logo no início do mandato de João Azevedo em 2019, começou a ruir seu relacionamento político com o governador em relação a alguns posicionamentos políticos entre cargos e a eleição da Assembleia Legislativa. Mas o pior ainda estava por vir, que foi o estouro da “Operação Calvário” desenvolvida pelo Ministério Público e o Gaeco, onde foram deflagradas diversas investigações de dinheiro público dentro das gestões do ex-governador.

A partir daí começou o seu inferno astral e político, pois desde aquele momento seus caminhos foram sendo sempre tortuosos, e até agora ele (Ricardo) não encontrou uma saída para se restabelecer na vida pública. Aliás, até parece que a não indicação de Ricardo Coutinho para ocupar um cargo no governo Lula passa por esses problemas junto à Justiça, pois ao que parece alguém do governo já consultou o Poder Judiciário sobre o assunto e foi totalmente descartada a possibilidade de nomeação. Daí o porquê de todo esse ostracismo de Ricardo Coutinho na política paraibana.

Pelo caminhar da situação, Ricardo não deve postular a Prefeitura de João Pessoa, mesmo ainda sendo um dos favoritos, dado alguns empecilhos jurídicos que possam surgir e atropelá-los durante o percurso eleitoral, daí a deputada Cida Ramos e o deputado Luciano Cartaxo estarem pleiteando junto ao Partido dos Trabalhadores a indicação de candidatura à Prefeitura de João Pessoa.

Para Ricardo só resta muita resiliência, e dar tempo ao tempo, pois ele é o senhor da razão. Apenas lamentamos que um homem público da estirpe de Ricardo Coutinho tenha caído numa situação de penúria dessa, se é que aconteceu… só com o aprofundamento das investigações poderemos concluir tudo isso. São muitas agruras. Parece aquele ditado popular em que fala sobre o “Rei morto é rei posto”.

Agora uma coisa é fato, ele não está morto, e se vier para a disputa em 2024, sem nenhuma pendência judicial, Ricardo Coutinho voltará como um gigante podendo ser eleito novamente prefeito de João Pessoa. Não subestime, o Mago!

“O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Salmos 30:5)

Quem viver, verá!.

 

Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba