As tradicionais marchinhas carnavalescas, mesmo politicamente incorretas, continuam como as mais tocadas nos carnavais de todos os lugares do Brasil, como “Mamãe eu quero”, “Me dá um dinheiro aí”, de “A jardineira”, “Cabeleira do Zezé”, “Maria Sapatão”, entre outras.
A chegada de fevereiro, mês do Carnaval, esquenta a polêmica sobre o boicote de marchinhas de letras politicamente incorretas, mas ainda há quem se pergunte se banir as marchinhas é realmente útil.
Primeiro porque, na prática, é inútil boicotar o canto da tradicional marchinha, não há decisão ou mesmo decreto que possam impedir um folião de começar a cantar os versos de O teu cabelo não nega e de esses versos ganharem espontâneo coro popular, porque, letra à parte, a melodia e o ritmo da marchinha são sedutores. Não é à toa que a música é cantada no Carnaval há 85 anos e ninguém vai preso por cantar marchinhas de carnaval com letras politicamente incorretas.
Foliões de todo o Brasil já cantaram com todas as forças músicas com letras que se tornaram desconfortáveis à luz dos direitos conquistados por mulheres, negros e do segmento LGBT. No Rio de Janeiro, no período pré-carnavalesco, blocos já se tornaram foco de bate-boca por cantarem músicas como Maria Sapatão, Teu cabelo não nega ou Cabeleira do Zezé. Mesmo no frevo, há canções caracterizadas por apresentarem um conteúdo que parece incompatível com a militância social observada nos dias de hoje.
João Roberto Kelly, compositor de populares marchinhas de Carnaval, lançou “Eu sou gay”, em exaltação à população LGBTQIAP+. Músicas de João Roberto, como “Cabeleira do Zezé” e “Maria Sapatão”, foram banidas do repertório de alguns blocos de Carnaval por serem consideradas politicamente incorretas.
A nova marchinha, segundo o autor, é para “quem faz a folia acontecer”. “Os gays são os verdadeiros donos do Carnaval. Vejo o gay fazendo o carnaval, e todo mundo achando graça do gay… Não acho graça nenhuma. Pelo contrário: acho que eles merecem um elogio, uma homenagem. E sem piada!”, disse ao jornal O Globo.
Confira algumas marchinhas que são consideradas politicamentes incorretas:
CABELEIRA DO ZEZÉ
A PIPA DO VOVÔ
MARIA SAPATÃO
NEGA MALUCA
O TEU CABELO NÃO NEGA
Fonte: Com Mário Ferreira e Diário de PE
Créditos: Polêmica Paraíba